terça-feira, 14 de junho de 2011

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Ah, palavrões... as palavras mais importantes da língua. No mundo social, consciente e revolucionário considera-se da maior importância defender as minorias perseguidas... nas línguas, os palavrões são as minorias perseguidas! E precisamos defendê-los! Não faz o menor sentido eles serem relegados aos guetos da linguagem, aos momentos de ira, aos sujeitos considerados baixos e vis... A língua culta é uma língua de cu se não considera que o verbo mais importante é fuder, porque tudo é foda, e assim sucessivamente. Outro dia vibrei quando estava lendo um livro infantil que comprei para meu irmão e lá, no meio daquele livro infantil, bonito, inspirador, cherokee, o vovó vai e fala "aquele filho-da-puta!"... Caralho, eu vibrei! Vibrei com a visão de um livro infantil que não tem pudor nem moralismos idiotas e manda um belo palavrão no lugar certo na hora certa! E ri MUITO imaginando o momento em que o pai e o filho estiverem lendo e se depararem com a pérola, a obra prima de todas as linguagens, aquele palavrão um tanto machista, mas, enfim, necessário! Já tentei substituir por filho-de-um-caralho, mas não pegou... talvez um dia pegue... vamos ver... Enfim, em todas as línguas, o que mais importa aprender são os palavrões... fuck, sheise, cabron, carajo, a porra toda... É assim que descobrimos realmente como nos expressar, como ir ao âmago da existência, como traduzir para o mundo o que se passa em todos os planos de nossas vidas...