quinta-feira, 18 de junho de 2015

169

169 dias, vinte livros lidos, não tenho ideia de quantos comprados, duas partidas, duas chegadas, quatro hóspedes, mais de dois meses de visitas, cinco viagens, oito aviões, seis ônibus, oito caronas, seis em carros e duas em caminhões, dezenas de mudas e sementes plantadas, uma horta comunitária abortada, uma ruma de projetos bastante otimistas no dia 03 de janeiro, uma penca de desilusões sobre os caminhos seguidos, sensação de derrota e de fracasso, uma dúzia de estalos repentinos e impactantes sobre os novos rumos a serem tomados, guinadas, rodopios, certezas e alucinações várias, temporárias, aleatórias, decisões decisivas tomadas em lugares improváveis, em momentos cotidianos clássicos, um reencontro inusitado, surpresa adorada, aventura assumida, lidando com contradições antigas, apostando no tudo acontecer da melhor maneira possível, dois navios naufragados e enfim abandonados - para as profundezas da memória eles afundarão e lá se deteriorarão com o passar das décadas, incontáveis horas de letargia extasiante abraçado com a morte na cama do seu segundo quarto seu, sensação de desânimo, de improdutividade, de perda de tempo, de ineficiência, de inutilidade, de ausência de sentido, um fantasma irritante e persistente, drogas novas, drogas velhas, novos saberes, capoeira, dobraduras, cobertura de solo e óleo de nin, entre tantos outros, mais amor, mais querer, mais perto, sentindo-se-bem-nesse-quesito, contexto próximo abalado, frustrado, depressivo - lidando com isso, escrevendo pouco, escrevendo agora...

Nessa Cidade - Vanguart

Arte de Elicia Elidanto