segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Claro escuro



Compreendendo a criação de laços, o que me falta? Por que me é algo tão desconhecido essa multiplicidade de próximos? Por que não se aproximam? Assusto? O que pareço? Estaria eu ocupado demais comigo, que não consigo me dar? Tantos planos e ideias, sonhos demais, que custa-me parar e chegar? Ou seria porque caminho por fluxos e paisagens que doem caminhar e por isso não atraio caminhantes nessa trilha? O que digo quando não digo? O que ouvem de mim? O que significo? Incômodo, é a sensação que tenho, que causo... inquieto com meus próprios incômodos, levo-os, compartilho-os, afastando, assim... Então o que fazes ao meu lado? Contigo, quero cuidar, de um modo que não se pode cuidar de todos... Não dá para conhecer a todos como te conheço ou quero conhecer... por quê? Faltam ocasiões para de fato conhecer? Será isso? Não me conformo com as superfícies, n´uma mania desatinada de mergulhar... e, mergulhando, disturbo? Perturbo a limpidez da água? Intempestivo, balanço as raízes em volta? Cavo em busca de ar... Túneis em busca de lar... escureço para clarear... enlouqueço para salutar... enlouqueço para descarar... enlouqueço para desmandar... enlouqueço para acalmar...

Ramificado...


Agora
Sem mais
Antes, o quê?
Entre o isolamento
E um profundo encontro
Para onde mais?...

Movimenta-se por pura
Ansiedade...
Ou incontrolável
Impossibilidade
de permanecer
Segue, quando consegue
sair debaixo do cansaço
E queima o que tiver
para aquecer os laços
Ou ainda porque parado
Sente-se só...
Caminhando, é tudo que é

Incapaz de participar
Incapaz de não participar
Onde fica? Como se deixar?

E cria, desmedidamente, dolorosamente
Porque criar dói...
Dói, pois quer concreto
Quer tangível, quer muito
E quer junto e é difícil juntar