sábado, 16 de março de 2013
Negros...
Estações de trem, de sol, de folhas secas... andando pela rua do velho centro baixo quase esquecido a vejo de costas, com as mãos cerrando brincando encostando quase sem querer querendo nas mãos dela que ela tinha dito que acabara ou não? Aqueles cabelos negros pintados de preto porque senão castanhos claros - ondulados compridos um pouquinho depois dos ombros... Não me vê, não me verá... apenas vejo, olho, observo, aprecio... N´uma curva pode-se ver-lhe o rosto e está mais linda do que antes... ou tão linda quanto antes... Não conseguia mais lembrar de sua beleza... De sua magia... De seu fascínio... Fez a curva e foi embora enquanto segui direto em busca de ratos nos livros de sebos... Eu sei que ela nunca irá ligar. Eu sei que não há nada para falar. Que a fiz de analista para desabar´far minhas demolições e pronto. Nada mais. Pronto. São tantas graças engraçadas na vida cruzada de encruzilhadas tortas por onde passamos. Lembro quão cômico´írônico é o fato de você às vezes se disfarçar... porque sua voz, seus risinhos, jeitos, sons, se fazerem passar por idênticos a memórias perdidas nos meus baús... Como no primeiro momento me deparei com o fato de sua mão ser tão pequeninha como outra pelaqual fui desmoronado... E descobrir´amar quão você você é, tão diferente e nada ver com qualquer lembrança, mas ainda assim sem saber brinca de me desconcertar com essas fotografias sonoras e táteis... E os sentimentos transbordam quando seus olhinhosões me encaram pidões de brilhos e lágrimas e sonhos... Não posso nem lembrar deles e do narizinhoarrebitadoarredondadofofotesão que você tem e da boca e das bochechas e do lóbulo da orelha sem brincos e do tornozelo enfeitado com tecidos furtacor... e me lembro de tudo e de tanto e do que há além, porque não terminamos em nós... Não nos chega nós mesmos... E não podemos nos bastar...
Com a ponta dos dedos - Wado com Marcelo Camelo e Mallu Magalhães
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