sábado, 16 de março de 2013

Sabotage



Não me caibo... explodo-me... pirotecnia sanguínea intraretina de adrenalina e insuficiência pancreática. Putz, não posso viver muito. Mas antes preciso largar tudo, mandar o mundo à merda... estou solto no mundo, boiando n´um barco louco de dois quartos, sala, cozinha e quintal... Remo com as mãos loucas em busca de ilhas, de pedaços de areia, de peixes... há momentos de coqueiros e água doce e momentos de deriva e calor rachado... O casco faz água, todo mês é preciso pagar ao mundo para que ele não afunde. Pois assim funciona esta merda, ou você paga, ou o ar vai te faltar, a água demasiado salina vai foçar caminho na tua garganta e te matar de choque anafilático e eu não quero ser salvo pelas correntes que alguns "entes queridos" poderiam me oferecer... É preciso morrer antes disso... criar uns botinhos efêmeros para brincar um pouco mais, mergulhar, poetizar bem muito/bem mundo, trançar bem muito / bem nu... E tentar fazer o maior estrago possível... descer, sabe, ir até o estacionamento subterrâneo abissal no último andar da garagem escondida e secreta desta caverna vulcâneca do sistema e explodir nas paredes, pra derrubar uns prédios, rolar um pânico, pirar umas caras medíocres que nunca deram um passo sozinhas... É preciso elevar a taxa de suicídios... o desespero precisa sair do controle do sofá da programação... e depois, se der, sair pra passear e nunca mais voltar... morrer mordido por uma paixão em algum lugar entre os Andes e o rio Amazonas...

Alice Pratice - Crystal Castles

Um comentário:

Sam disse...

pelo que dizem e pelo que sei
a gente deseja
e lá na frente
mesmo que nem se lembre
tem