Eu não sei de que matéria são feitas as ilusões
Eu não sei de que origem, de que fundo, de que mundo elas vêm
Mas seja lá de qual for,
Sinto que a cada dia mais
Se desfaz em mim essa matéria, origem, fundo, possibilidade...
A Desilusão como o estado daquele que não consegue se iludir,
que não tem os recursos necessários para tanto,
que quase está impedido de tal, pela simples falta...
A cada vivêncilusão, uma emergência ao esclarecimento,
ou melhor
ao escurecimento de cegar-se para as falsas luzes
às falsas imagens, às falsas ideias e vontades e possibilidades e situações
Talvez seja a esperança um dos combustíveis da ilusão
E seja a cada vez mais irreversível desesperança o que me acomete
E venha me fundando cada vez mais em um estado de desilusão perene
Desesperança perene
E mortificação de tudo que não é - perene...
A assunção perene... do ser, da condição inevitável e irremediável da individualidade, da solidão inelutável de ser um ser com consciência de si mesmo, talvez a última e única ilusão sem a qual se possa viver enquanto ser humano...
E a crescente e infinita e perene assunção de que não somos um ser separado, somos tudo, todas, o tempo inteiro...
Assumir, ao mesmo tempo, uma constante e infinita descoberta e potencialização do eu, de si, do indivíduo em que habitamos, e uma constante vivência do todo, de tudo, da vida, do movimento, do caminho...
E toda energia vital e movimento individual que existe em mim, libertando-se perenemente de toda ilusão, se realize sempre o ser mais, o movimento incessante, o oceano infinito...
Universal Traveller - Air
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