terça-feira, 13 de abril de 2010

Parta o grito em sílabas de ódio

19:40

Ânsia enclausurada no concreto
Portas fechadas no caminho estéril
Correntes materiais estagnadas
Putas parindo horas a fio
Filhotes-pragas cotidianas
Dilacerando nervos elementares
Eletro-choques tarefas do dia-a-dia
Diabo das 8 às 18 horas
Dentes a carne devora
A raiva a mente estoura
Vamos todos embora
Desliga a luz dessa sala porca
O ofício funciona tão bem como forca
O dia engole e já nada sobra
Enterra, que agora está morta.

20:00

Náusea interna vácuo vapor
Desânimo em ira
Doença costante
A escassez, a prisão doentia
Pontas de faca apetitosas
O charme da fuga exílio distante
Contraculturas libertárias...
Ser dinamite na estrutura
Efeito dominó desobediente
Molotovs cáusticos nesses carrascos
Arrombar as portas da esperança
Goles massivos de insânia
Não quero jamais me conformar

21:36

Contra a estabilidade
Contra a segurança
Asco desses frascos de vida
Foda com as fechaduras
Até que o ápice rompa
com as carcaças maduras
descarregue seu pente de balas anis de flores e orvalhos
Desmantele suas fornalhas verdes de aves carnívoras
Seja a lenha da ruptura
Adicione chama à massa
Infle a Crítica aos céus
Derreta as paredes com spray!
Cuspa na autoridade
Morda suas vontades
Destrua as necessidades
que te esmagam
sob status e maldade
Desperte da obrigação
qualquer ordem
não leva a nada!
Corte os pulsos nas grades da tua casa
isolada
Quem sabe se a dor criada
Não deságua no rio das novas formas
de olhar para dentro
e para fora...

Nada!
Não preciso
Vender 11 meses para comprar miséria,
convulsiva sede de parar... que a força do mundo
FAÇA GREVE
até aprender a respirar
Descaos! Descalço! Descaso...
Deus da corja
Deus das coisas...
.
.
.
.
.
(ouça uma música do Nirvana)

Um comentário:

Samis disse...

Putas parindo horas a fio...

"Hijos!"

=X


Muito bom o texto,

só faltou 22:00h