quinta-feira, 19 de setembro de 2013

vô-lar


Céu azul cianeto, folhas caindo feito sorte, tempo de penumbra de olhos... um embrulho no estômago... de ausência-s... ausência de todos, de toda espécie, tipo, forma... Pela calçada descaminha - Por que incomoda que quem se ama ame mais além de nós? - Passa por baixo da árvore de frutinhas pretas sem nome que pintam o chão de estrelas negras sob fundo acinzentado. Tenta repetir aquele mantra para realinhar descarrilhadamente os ânimos... pensa nas drogas que precisa para d´espairecer, no sabor-sensação daquela empada doce despedaçando-se com a mordida, na autoalienação de si e do lugar que habita provocada para transpassar momentos em que não dá para aguentar o caos em que nos deixamos ficar... Fixar na imagem por trás da janela da alma que teima em olhar pra frente a ideia de que naquele dia marcado poderá resolver tudo e voltar a respirar feito gente... - Tanto que fazemos para compartilhar e quantas vezes ninguém se incomoda de estar, de presenciar... O impacto da presença do outro o inquieta, como uma tempestade de gotas tão pesadas que cega... Anda como o clima da cidade natal, que do azul aberto de repente não mais que de repente derrama-se em cinzaréu que varre a alegria do espaço e se vai, como se nunca tivesse existido... Deita no banco azul de esconderijo para ouvir o sonho acordar...

Música - Fuga Nº 3 da Rua Nestor - Cícero

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