segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Presente



A liberdade é maravilhosa. Por ela, eu e você podemos nos confessar o que sentimos, sem restrições, podemos confiar uma na outra, sem medo de magoar – ainda que seja preciso sempre estar atentos ao bem-viver da outra pessoa – podemos nos apreciar verdadeiramente, sentindo a beleza que existe na imensidão uma da outra, nas tantas histórias que vivemos quando distantes, nos prazeres independentes que sentimos, nos sonhos que podem ser compartilhados, mas também podem ser próprios. 
 
A liberdade é leve. Ela brinca de carícia nos cabelos numa noite sem fim de músicas sugerindo paisagens e viagens imaginativas. Ela se diverte com um beijo bem gostoso dado no inusitado de que nos éramos quase desconhecidos. Ela brinca com tirar nossas roupas, alimentando-me a beleza do ser com teus seios delineados, charmosos, com minha nudez sem medo de estar contigo e de ser tocado, ser um brinquedo para tuas mãos e sensações. Ela adora nossa dança ao amanhecer, nosso apertar bocas e coxas, a liberdade ama pessoas que a vivem, que se permitem conhecer e querer sem condená-la. 
 
Você está gostando da noite? Tu me perguntas. E eu, que ainda não tinha te beijado a boca desde que há muito te deixara na rodoviária, me aproximei para te gostar, te gustar, te deliciar – e sentir que sim, a noite estava adorável, que contigo eu podia ser livre. 
 
E sentir teu gosto, vermelho, doce, alcoólico, fotográfico. Sob a luz vermelha do inferninho a gente brinca de estar junto, sem saber de nada além de que estamos ali. Nossas roupas não duram nunca. Esse lugar é destinado à nudez. A beleza que existe em ti colore nossa relação. Beleza de pele, beleza de olhos, beleza de histórias e gozos, de partilhas de segredos e proibidos. 
 
A liberdade é um presente. Por isso devemos vivê-la agora. Libertando e voando, querendo e cuidando, dando prazer e se dando prazer. Agradeço e celebro todas as pessoas que são livres por ampliarem a minha liberdade e voarem comigo. 
 
06/11/2015 - Alto Paraíso-GO, na mesinha do canto do cantinho Cravo e Canela, esperando a madrugada para voltar para mais perto de casa...

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