terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Boa noite


A borboleta cultivada na janela do peito alumiou
os inusitados inesperados de noite inteira
tudo é tão serenamente adorável e belo
a neve queimando beijos calorosos
e a interseção dividida em momentos
abriu futuros de outros tantos desejos.

Há plumas e açúcares no parapeito
e as janelas quebraram os espelhos
Se calo às vezes, é sem pensamento
Sou de sentir apenas - em dados momentos
Que tanta dúvida possa diluir-se
nessa água na boca e no corpo
Podemos simplesmente abandonar este porto
deixar correr o vento em todas as celas
abertas e sem cadeados
das lembranças fulgazes do passado
Corra na areia do enlevo terno
que a correnteza é o que há de mais eterno
e o agora nos é tão alegre
como a heroína dos animais elétricos
saltitando nos dedos dos pés

Só existe a certeza de nós mesmos
É verdade, mas lembre que há pontes infinitesimais
entre cada nervo, entre cada pêlo
do meu e do teu mundo-novelo
de gatos e maçãs e caninos brancos
ouça, feche os olhos, a intensidade do canto
Presentes tamanho e inevitável encanto?
E se o sol continua a nascer
sob nossas unhas, em todo o nosso viver
nenhuma andorinha-sentimento irá s´esquecer
o caminho até esta alvorada
eu e você...

(Farewell and Goodnight - Smashing Pumpkins - uma música)

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