Não me subentenda... Meus pensamentos nem sempre são legíveis. Paira preocupação às vezes no ar dos sérios. Gosto tão mais dos sorrisos sinceros... estar perto... mais perto. Em cada momento assim, quase que me fazes lembrar do que já não lembro. E quando eu lembro, posso hoje ter a serenidade dos que contemplam a paisagem, sem tantos julgamentos, mais contentamento. Evito sempre os arrependimentos. Satisfaço-me com o esclarecimento do que foi aprendido, essa consciência que tranquiliza - mesmo que eu não queira estar tranquilo. Mas a beleza consiste em ter ainda tanta intranquilidade residindo em lugares mais instáveis do cotidiano, as barricadas das esperanças, os piquetes de corações arrebatados por sonhos. Sim. Diariamente acendo treze fogueiras na mente e na alma, para iluminar os caminhos e aquecer os marchimelous (aportuguesando). É preciso fogo a crepitar nas entranhas, expulsando-me da ilusão de comodidade. E o amor para liquefazer os cansaços em alegria, solidificar os sonhos no dia a dia e sublimar qualquer tristeza. Assim que funciona, perfeitamente. Deitada no meu ombro ou vice-versa. Ombros para levar as bagagens inesquecíveis e percorrer os novos caminhos nas mochilas. Ombros que carregam as asas de ternura e paz, somente possíveis na companhia dela. Ah, não me subentenda, permita-me uma complexidade que eu mesmo não compreenda, uma confusão de excessos e retrocessos ou dispersos... e saiba que é raro que aconteça... Lendo algumas de suas palavras, sinto às vezes a sensação de que tanto que eu diga é interpretado de maneira temerosa... não tema, o destemor é uma grande força amorosa... e eu confio tanto nesses sentimentos que nos circundam e nos aprofundam e tanto nos inundam. Eu tento não me preocupar... por mais que sinta arrepiar no espaço alguma ânsia ou dúvida. Eu prefiro reciclar certezas à viver sem elas, recriar o amor à despedaçá-lo, reinventar a coragem à morrer de medo. São preferências ou tendências? Opcional ou inevitável? Espero que um pouco de cada...
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
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Um comentário:
"Eu prefiro reciclar certezas à viver sem elas, recriar o amor à despedaçá-lo, reinventar a coragem à morrer de medo. São preferências ou tendências? Opcional ou inevitável? Espero que um pouco de cada... " Simplesmente isso, talvez, o que eu sempre quis dizer por meio de palavras... : ) Parabéns, o texto é lindo... e realmente, nem sempre somos compreendidos, ainda mais nossas ideias... às vezes, tão confusas... mas sou da opinião de que é maravilhoso podermos expressá-las. Mesmo que nem nós consigamos compreendê-las depois!
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