segunda-feira, 7 de junho de 2010

Eu (a) vi primeiro... (ou nos vimos juntos...)

Não precisa ser sozinha
Não há necessidade de ficar sozinha

É o amor verdadeiro
Sim, é o amor verdadeiro
Ah, é o amor verdadeiro
Sim, é o amor verdadeiro

A partir deste momento em diante eu sei
Exatamente onde a minha vida vai passar
Parece que tudo o que realmente foi feito
Foi ficar à espera de amor

Não precisa de ter medo
Não é preciso ter medo

É o amor verdadeiro
Sim, é o amor verdadeiro
Ah, é o amor verdadeiro
Sim, é o amor verdadeiro

(Real Love - John Lennon - interpretada por Regina Spektor)


Quem estará livre da possibilidade mordaz de estar só, ausente todo o calor da intimidade, o laço termal que envolve a alma, elevando-a como balão de ar-quente até as alturas inalcançáveis sem amor... Quem pode dizer com toda a certeza absoluta da sentença que para sempre estarão juntos? Quem se arrisca a ter esta esperança? Quem se arrisca a emitir esta previsão? Quem... quem ainda não teve esse primeiro sonho ruido há muito ou há pouco tempo...? Quem não teve que engolir a seco todos os sonhos enrigecidos, corroídos, despedaçados? Quem não perdeu o sono, a paz, a vida brevemente a espera do telefonema que não viria? Das palavras suaves que já não existiam? Da ilusão que já se desfizera? O que é real?...

O ontem e o amanhã são alucinações da psiquê humana, imaginativa, criativa... capazes de criar, vamos além das nossas forças e prevemos o imprevisível e recordamos o esquecido... Para quê? Se o único caminho é o hoje, agora, nas nossas mãos e na nossa sensação, nosso presente desembrulhado pelos sentidos festivos? O agora e na hora de cada olhar e respiração...

Sofremos por quê? Por quem? Del(a/e)? Do amor? Do destino? De nós! Já apanhamos tanto de nós mesmos... já nos surramos, nos espancamos, ridicularizamos a nós mesmos com ilusões enfeitadas de confete de carnavais passados, máscaras de bailes idos, fotografias perdidas em filmes queimados... Por que sofrer? Silenciar-se em pensamentos e lembranças acinzentadas e sem sabor... se o vento já levou... e o mar já diluiu e nunca mais se achará... ?

A vida é o mar... imenso... imensa... nunca para frente ou para trás... lá... maior... completamente vasto, vasta... este é o mar e esta é a vida... as ondas são as horas que vem e que vão... mas sempre uma nova hora para bater-nos na cara, acordando-nos do torpe pensamento vão de antes ou depois... O mar diz 'agora'! Nada! ou te afogo... te afogo nas tuas mágoas... não vês que toda esta lágrima interior foi a chuva que criou o mar? O clico do mar... dos rios e dos lagos... da água do corpo... que bebemos, que suamos, que vertemos... no oceano...

Intenso... calmo e revolto... espumas ao sol... verde e azul... vermelho do sangue marinho... amarelo de nascer do dia... laranja do pôr-da-vida... belo... bela...

É beleza o que queremos, não é? Que a vida seja bela?... Que ao olharmos para nós possamos sorrir... pelas belas paisagens de nossa alma... pelas sensações paradisíacas de paz... pelas emoções efusivas de alegria... então dane-se a pintar, dançar e cantar (amando)! Deixe a contemplação aos tolos... sinta a beleza do agora... já basta!
.
.
(Regina Spektor - Real Love - uma música)

Um comentário:

Samis disse...

Eu vi primeiro... =P


Bem 'O poder de amar' né?