O que significa o jeito sedutor? Que é sedução?... O conceito clássico, fatal, longas escadas de mármore até o paraíso, expostas detrás de vitrais entrelaçados, insinuantes cálices, contendo a fonte dos desejos e dos prazeres, a maçã proibida, vermelha e úmida, a flor do pecado, de pétalas macias e viciantes e todas as outras imagens, fantasias, sensações e desvarios que se desdobram?
Será sedução?... Ou trata-se de algo mais sutil, escondido entre as cortinas do mistério, a insinuanção de atrações, energias gravitacionais em suspense, a ânsia incubada desde o nascimento por um calor desconhecido, que permeie os cantos vazios da geografia corporal, da constelação espiritual, da curiosidade infantil, do feitiço secreto que envolve cada um? Mistério...
Ela era assim, Erupção subterrânea, Explosão subcutânea. Sua silhueta tinha algo de desfiladeiro, penhasco delgado e suave, sensual. Repelia a tranquilidade do espírito, punha em alerta os sentidos com um simples movimento da boca, docemente induzindo todos para o suicídio do excesso... A simples forma dos cabelos ondulados, cortinando os cantos do rosto, e o seu olhar dúbio, inocente e erótico simultaneamente, o modo como os braços envolvem-se, na carícia da própria pele em faísca, o brilho tênue da luz em sua pele... A inocência, a armadilha... o jogo de esconder as intenções, de expor o desejo como um alvo a perseguir noit´inteira, o êxtase antevisto no canto dos olhos...
A sedução é uma máscara delicadamente delineada pelo controle... (mas que não se deixa controlar jamais)... e a porta fragrante para a entrega... Por que a moral nos oprime e queremos despedaçá-la... em qualquer forma de devassidão, de incêndio, de crime... Rasgando as regras com as unhas na pele, destroçando as leis com os dentes na carne, o ímpeto no ventre, o impulso adentro...
Seduz a ele e a ela... à ele inspira o seu pior... (ou seu desconhecido)... exibe aos próprios olhos as rachaduras da superfície, obriga-o a descer fundo nos porões da alma, vasculhando as incertezas das ações e das vergonhas... à ela, seduz pelo desejo de igualar-se, de ser tal qual... ou então de descobrir em si mesma as brasas e soprá-las até que ardam as entranhas... Seduzida ante a perspectiva de transformar o frio na barriga e o constrangimento no inverso, no universo em cataclisma de supernova... na criação divina do gozo, na luz difusa e obscura de si mesma... Ela sente que esta sedução pode guiá-la até o seu limite... e desfazê-lo em cacos de vidro decorativos... levá-la ao ápice, no momento em que as oposições e paradoxos se atraem com tal intensidade que se fundem... o Amor e o Ódio, a Paz e a Guerra, o Fogo e o Zero absolutos... o Bem e o Mal... até que desapareçam...
A sedução parece ser capaz de dar o empurrão necessário... para gerar movimento, fazê-lo despencar ladeira abaixo infinitamente... mas para nós, não estamos caindo, estamos voando... e que o chão não chegue nunca... seja atravessado através das dimensões existenciais da imaginação... do além...
Será sedução?... Ou trata-se de algo mais sutil, escondido entre as cortinas do mistério, a insinuanção de atrações, energias gravitacionais em suspense, a ânsia incubada desde o nascimento por um calor desconhecido, que permeie os cantos vazios da geografia corporal, da constelação espiritual, da curiosidade infantil, do feitiço secreto que envolve cada um? Mistério...
Ela era assim, Erupção subterrânea, Explosão subcutânea. Sua silhueta tinha algo de desfiladeiro, penhasco delgado e suave, sensual. Repelia a tranquilidade do espírito, punha em alerta os sentidos com um simples movimento da boca, docemente induzindo todos para o suicídio do excesso... A simples forma dos cabelos ondulados, cortinando os cantos do rosto, e o seu olhar dúbio, inocente e erótico simultaneamente, o modo como os braços envolvem-se, na carícia da própria pele em faísca, o brilho tênue da luz em sua pele... A inocência, a armadilha... o jogo de esconder as intenções, de expor o desejo como um alvo a perseguir noit´inteira, o êxtase antevisto no canto dos olhos...
A sedução é uma máscara delicadamente delineada pelo controle... (mas que não se deixa controlar jamais)... e a porta fragrante para a entrega... Por que a moral nos oprime e queremos despedaçá-la... em qualquer forma de devassidão, de incêndio, de crime... Rasgando as regras com as unhas na pele, destroçando as leis com os dentes na carne, o ímpeto no ventre, o impulso adentro...
Seduz a ele e a ela... à ele inspira o seu pior... (ou seu desconhecido)... exibe aos próprios olhos as rachaduras da superfície, obriga-o a descer fundo nos porões da alma, vasculhando as incertezas das ações e das vergonhas... à ela, seduz pelo desejo de igualar-se, de ser tal qual... ou então de descobrir em si mesma as brasas e soprá-las até que ardam as entranhas... Seduzida ante a perspectiva de transformar o frio na barriga e o constrangimento no inverso, no universo em cataclisma de supernova... na criação divina do gozo, na luz difusa e obscura de si mesma... Ela sente que esta sedução pode guiá-la até o seu limite... e desfazê-lo em cacos de vidro decorativos... levá-la ao ápice, no momento em que as oposições e paradoxos se atraem com tal intensidade que se fundem... o Amor e o Ódio, a Paz e a Guerra, o Fogo e o Zero absolutos... o Bem e o Mal... até que desapareçam...
A sedução parece ser capaz de dar o empurrão necessário... para gerar movimento, fazê-lo despencar ladeira abaixo infinitamente... mas para nós, não estamos caindo, estamos voando... e que o chão não chegue nunca... seja atravessado através das dimensões existenciais da imaginação... do além...
2 comentários:
maravilhoso!
me deu várias idéias
vamos escrever juntos?
destrincha-los?
Faze-los chegar até
onde ainda nem sabemos
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