.....................Devaneios, caminhadas, pensamentos.... e ilusões.....................
Alguns sonhos, versos, desvarios.... e corações.................saudades, infinitos, paixões..........
Ondas, pegadas, uma tarde longa, uma luz nublada.......................
Alguém...... ao longe, vagando, sonhando,..............................Palavras e olhos......................
idéias e cantos............................sentimentos e abraços......beijos e espaços.
Ante a perspectiva do fim, eu sorvo Cada partícula sem amanhã Com intensidade plena Conhecendo apenas o agora Eu sirvo tranquilamente ao seu prazer Seu crescer, seu pacificar Diante do abismo da tristeza Eu entrego o bater do coração Nas tuas mãos sagradas Perante a dádiva de ser parte De tudo (e de ti) Eu apenas sigo o caminho Da sua respiração Extático pela tua graça Me derramo na tua pele Na tua expressão viva Em cerimônia, ritual, celebração Da existência - do ser
Ausencia Praia - Antônio Pinto - trilha sonora À Deriva - uma música
Pernas cruzadas... Um fio de água flui pela fonte de bambu... Límpida e fresca A mente repousa no vazio Da árvore pendem as flores Recém nascidas... Não se lembram de suas irmãs desfalecidas Da estação passada Levanta-se e anda Umedece as mãos e o rosto Dedica bons pensamentos À grama e ao arvoredo De um instrumento de corda Intui uma nova canção Canta as palavras que florescem E recita versos sem pressa Nutrindo-se da polpa da vida Pés conectados à terra Planta sementes de alegria Despe-se dos tecidos e mergulha Flutuando sem peso e sem controle As gotas lhe evaporam o calor E animam os músculos ao cuidado integral de tudo Do corpo, do ambiente, do espírito Das pessoas Ouve súplicas e consola Enquanto seu interior consola-se Naturalmente partilha Sua energia vital Pois que não é sua Nem pode ser retida
Sua dor e insegurança Desespero e carência Sua solidão e fragilidade Medo e desamparo São aceitos como elementos Da gratuidade Do fluxo irregular e diverso Não teme o nascimento, O envelhecimento, A doença ou a morte Se regozija com a verdade A simples verdade do que é...
Já me embriaguei de remorso e criei calabouços e labirintos no subterrâneo da pele e do nervo Derramei chumbo nas veias e deixei esfriar e endurecer... Já me circundei de espelhos retorcidos para ver a dor que causei como minha própria dor Deixei se apoderar da vista uma camada de lodo e diluir-se o tato sob a poeira Condenei-me, então, a uma prisão de carne onde tranquei meus medos e a insegurança cultivada a custa de (auto)desconfianças E perdas
Por essas grades entre meus dedos desmancharam-se as asas do enlevo Para só então, irremediavelmente perdido encontrar um caminho Que as transpassou
Foi um pássaro branco, olhos castanhos O guia nesse desmanchar do passado Levando-me pelos galhos, pelas nuvens, pelo ar
E agora Abóboras despedaçadas Decoram minha alma E goteiras infinitas fazem chover aqui dentro O chão torna-se demasiado escorregadio para dar passos invisíveis E mil afluentes unem-se a esse rio apertado que se arrasta, cinza sem nunca chegar ao abraço do mar...
Uma, Duas, Três... Os relógios pararam O tempo segue com o correr da lua Brincando no tobocã do céu Entre praias de estrelas E o vácuo infinito
A sua silhueta determina o horizonte O desejo se torna um rio Corredeiras e calmarias se confluem Descendo suavemente Seu caminho natural ao todo oceano
Movimento mútuo incessante dois lados inseparáveis eu e você já não existe nunca existiu de fato Superando as neblinas do mundo Surpreendemos a unidade
A dor e o amor não diferem Não existe um sem o outro A ausência e a presença são iguais o ser é em todo lugar Não se engane pelos sentidos Antes transcenda suas formas vagas Veja mais que os olhos Sinta mais que a pele Ouça mais Prove mais Perfume...
A química do espírito Descobre que todas as substâncias Estão conectadas E o vazio é a essência do universo
Uma Duas Três Sem fim o tempo Nos consagra No êxtase (do) real
Cara´monja, caracol, navegando temporais, meditandando pelo mundo, espalhando sementes de sonho, cuidando de si e de tudo, jardineira de doces e flores, em cada gesto amor e afeto, a cada dia um pouco mais perto, no mar imenso sozinha, dançando na utopia, nascendo no nascer do dia, morrendo na melanchovia...