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Ante a perspectiva do fim, eu sorvoCada partícula sem amanhãCom intensidade plenaConhecendo apenas o agoraEu sirvo tranquilamente ao seu prazerSeu crescer, seu pacificarDiante do abismo da tristezaEu entrego o bater do coraçãoNas tuas mãos sagradasPerante a dádiva de ser parteDe tudo (e de ti)Eu apenas sigo o caminhoDa sua respiraçãoExtático pela tua graçaMe derramo na tua peleNa tua expressão vivaEm cerimônia, ritual, celebraçãoDa existência - do ser
Ausencia Praia - Antônio Pinto - trilha sonora À Deriva - uma música
Pernas cruzadas... Um fio de água flui pela fonte de bambu...Límpida e frescaA mente repousa no vazioDa árvore pendem as floresRecém nascidas...Não se lembram de suas irmãs desfalecidasDa estação passadaLevanta-se e andaUmedece as mãos e o rostoDedica bons pensamentosÀ grama e ao arvoredoDe um instrumento de cordaIntui uma nova cançãoCanta as palavras que florescemE recita versos sem pressaNutrindo-se da polpa da vidaPés conectados à terraPlanta sementes de alegriaDespe-se dos tecidos e mergulhaFlutuando sem peso e sem controleAs gotas lhe evaporam o calorE animam os músculos ao cuidadointegral de tudoDo corpo, do ambiente, do espíritoDas pessoasOuve súplicas e consolaEnquanto seu interior consola-se Naturalmente partilhaSua energia vitalPois que não é suaNem pode ser retidaSua dor e insegurançaDesespero e carênciaSua solidão e fragilidadeMedo e desamparoSão aceitos como elementosDa gratuidadeDo fluxo irregular e diversoNão teme o nascimento,O envelhecimento,A doença ou a morteSe regozija com a verdadeA simples verdade do que é...
Já me embriaguei de remorsoe criei calabouços e labirintos no subterrâneoda pele e do nervoDerramei chumbo nas veiase deixei esfriar e endurecer...Já me circundei de espelhos retorcidospara ver a dor que causeicomo minha própria dorDeixei se apoderar da vistauma camada de lodoe diluir-se o tato sob a poeiraCondenei-me, então, a uma prisão de carneonde tranquei meus medose a insegurançacultivada a custa de (auto)desconfianças E perdasPor essas gradesentre meus dedosdesmancharam-se as asasdo enlevoPara só então, irremediavelmente perdidoencontrar um caminho Que as transpassouFoi um pássaro branco, olhos castanhosO guia nesse desmanchardo passadoLevando-me pelos galhos, pelas nuvens,pelo arE agoraAbóboras despedaçadasDecoram minha almaE goteiras infinitasfazem chover aqui dentroO chão torna-se demasiadoescorregadiopara dar passos invisíveisE mil afluentes unem-se a esse rio apertadoque se arrasta, cinzasem nunca chegarao abraço do mar...
Uma,Duas,Três...Os relógios pararamO tempo segue com o correr da luaBrincando no tobocã do céuEntre praias de estrelasE o vácuo infinitoA sua silhueta determina o horizonteO desejo se torna um rioCorredeiras e calmarias se confluemDescendo suavementeSeu caminho naturalao todo oceanoMovimento mútuo incessantedois lados inseparáveiseu e você já não existenunca existiu de fatoSuperando as neblinas do mundoSurpreendemos a unidadeA dor e o amor não diferemNão existe um sem o outroA ausência e a presença são iguaiso ser é em todo lugarNão se engane pelos sentidosAntes transcenda suas formas vagasVeja mais que os olhosSinta mais que a peleOuça maisProve maisPerfume...A química do espíritoDescobre que todas as substânciasEstão conectadasE o vazio é a essência do universoUmaDuasTrêsSem fim o tempoNos consagraNo êxtase (do) real