terça-feira, 23 de novembro de 2010

Om.


Uma,
Duas,
Três...
Os relógios pararam
O tempo segue com o correr da lua
Brincando no tobocã do céu
Entre praias de estrelas
E o vácuo infinito

A sua silhueta determina o horizonte
O desejo se torna um rio
Corredeiras e calmarias se confluem
Descendo suavemente
Seu caminho natural
ao todo oceano

Movimento mútuo incessante
dois lados inseparáveis
eu e você já não existe
nunca existiu de fato
Superando as neblinas do mundo
Surpreendemos a unidade

A dor e o amor não diferem
Não existe um sem o outro
A ausência e a presença são iguais
o ser é em todo lugar
Não se engane pelos sentidos
Antes transcenda suas formas vagas
Veja mais que os olhos
Sinta mais que a pele
Ouça mais
Prove mais
Perfume...

A química do espírito
Descobre que todas as substâncias
Estão conectadas
E o vazio é a essência do universo

Uma
Duas
Três
Sem fim o tempo
Nos consagra
No êxtase (do) real

Um comentário:

Samis disse...

sem palavras

lindo texto, sublimes sensações