terça-feira, 2 de julho de 2013

Sem mais...



Corre, fech´as portas, tira das tomadas todas as formas de chegar. Não o vê mais, não lhe fala mais. Some, levando com ela montanhas e nuvens de lençóis, sabores e lembranças. Esconde-se do ar, desespera-se com a paisagem, teme o minuto, chora o mundo. Faz um silêncio salpicado de farpas. Se outrora fora afeições de perfumes e gestos, resolveu evaporar presença e esquecer-se... Sacrificar... deixar morrer...

Quantos desperdícios de presenças e cuidados e crescimentos e aprendizados e riquezas e cores e humanidades não se perdem... se perdem... porque não conseguimos deixar o outro ser, o outro sentir, o outro ir... quanto perdemos por medo de perder... quanto deixamos passar diante de nós, sem abraçar, sem desfrutar, simplesmente porque tudo passa... Diante do movimento, enrigesse. Diante do amor que flui, congela. E o mundo fica um pouco mais cinza sempre que se faz da alegria de estar em relação com tudo um motivo para se fazer muros...

Música - Darcy's Letter - Orgulho e Preconceito

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