sexta-feira, 2 de agosto de 2013

calçadas...


Tenho pensado muito sobre memória. Sobre lembrar. Sobre viver o que é dentro de nós nas salas cinematográficas cerebrocardíacas... Mas, olhava como quem queria, como quem não tinha, como quem perdia... e não... no ônibus, chegando no ponto em que ele entra na rua da feirinha de artesanato, pegando o labirinto de ruas de pontas negras e asfaltos pandeiros que tremem cada metro percorrido, passando por esquinas de dez anos de minha vida, praças de dias passados e placas antepassadas, decidi então que tudo que lembro é, está, vale cada centímetro de alma gravada na história de si. Como perder o que vivemos da forma mais vivida possível? Como querer o que já somos nós? Clara, cristalina, límpida compreensão que sempre esteve diante do(s) olhos/ser... mas às vezes esquecemos quando lembramos... 

E a medida que vivemos, transformando cada memória vivida em mais e muitas e umas sobre outras, vamos pintando o mundo ao redor de cor´instantes que ficam, impregnam-se na paredes, nas pedras, no verde, no gosto dos espaços... e cada pedacinho de si/tu/do espalhados por aí encantam pela beleza da partilha, da dádiva...

Ponto Cego - Cícero - uma música

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