O problema é que eu também olho para dentro?
A questão é que eu fico atento, estupidamente percebendo tudo o que se passa
aqui? Autoconhecimento, autopercepção, pode ser um buraco negro, sem fundo, que
suga...Porque tudo que se passa, tudo que se sente, se torna grande, grave, muito... não passa despercebido, não se esconde embaixo do tapete subconsciente (ou pior, apesar de tudo, ainda deve escapar um monte de tralha pra baixo desse tapete esburacado)... ao contrário, fica ali, vivo, pulsando, diante dos olhos, acumulando-se a menos que façamos alguma coisa... e às vezes não há nada a fazer...
Semelhantes... onde estão? Essa gente que também é absorvida pelo vácuo de si, para compartilhar esse vazio... para preencher a parede ridiculamente branca da mente tentando superar esses borrões insanos, berrantes, cáusticos que derretem o sono e água... Jogar balões de tinta imaginária ultracolorida que cegue, ou melhor, que clareie o ver, o ir, o ser...
É um paradoxo autocentrado... crer no movimento da vida... e achar tudo tão repetitivo, sem caminhos para outras silhuetas de amor e existir...
Só eu serei assim, tão necessário de afeto e cuidado, tão excessivamente louco de desejo, louco por pele, por boca, por transbordamento de corpo?
Não é falta de cultivar... só o que faço é caminhar... indo, indo, indo... a cada passo um pouco mais, um pouco...
Porque todo coração é burro - Talma e Gadelha
Nenhum comentário:
Postar um comentário