sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Dormir aqui


Aproximei-me dela "posso dormir aqui com você? E ela me olhou, com uma das sobrancelas arqueadas e mordendo levemente o lábio e rebateu "como assim? E eu me declarei "dormir assim, juntinho, te fazendo carinho e te dando prazer... Os olhos dela brilharam e com o canto da boca ela riu e disse "uma proposta assim e vinda de ti é difícil de recusar, e ela disse isso enquanto sua mão levantava o lençol, abrindo as portas da boa ventura. Convidou-me com seu corpo nu a presença do meu corpo nu. Então, deixando cair no chão as poucas roupas que me prendiam, deitei-me somando meu calor ao dela. Ao aproximar-se das peles, os pelos se eriçaram e eu a abracei, naturalmente minha boca chegando em sua nuca e minha respiração ressoando em seu ouvido. Acarinhei o pescoço dela, inspirando o perfume dos seus cabelos cacheados cheios. Minhas mãos, uma envolveu seu ombro e a outra começou a dançar pelo corpo dela, dedilhando a pele macia, buscando as notas que mais acariciavam seus sentidos. E longamente fiz carinho na barriga, na cintura, nos ombros, nas coxas e no sexo. O quadril dela apertou um pouco o meu, chamando-me e a segui, buscando-a e ouvindo-a. Quando me senti dentro dela, degustei o suave movimento levando-me e deixando-me, mas nunca completamente. E eu também ia e vinha, em sintonia, tão lentamente quanto a maré, que a enchia e inundava, a deixando molhada e molhando-me deliciosamente. Beijei o canto de sua boca, minha mão segurando seu rosto e tocando-lhe suavemente. E assim ficamos por bons cuidados até que repletos, nos deixamos levar para a inconsciência do sono e do sonho.

Escrito em Belém/PA, 28/09/15, deitado na orla de Icoaraci.

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