quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Strip-metafísico




Você me olha com teus olhos-de-aforismas-que-alertam-que-te-olhar-nos-olhos-é-perigoso

Você pisca lentamente, movimentando o ar com teus longos cílios paradigmáticos

Você balança suavemente teus ombros-enigmas como uma quimera egípcia prestes a me devorar

Você ginga tua cintura-axiomática que balança teu quadril-paradoxal que baila tuas pernas-apote(r)óticas sobre teus pés-transcendentais

Você tem sobre o corpo apenas um punhado de leis-sugestivas, morais-lascivas, vendas-proibidas, cordas-abrasivas...

Você então começa o ritual-problemático de lenta-letalmente despir-se de cada uma dessas vestes-impossibilidades

Você primeiro começa a tirar as tais leis-de-ceda que te enluvam as mãos, jogando-as para longe, aos meus pés

Você me volta teus ombros-caóticos e deixa cair as alças dessas morais-bojudas que te cobrem os seios-existenciais, jogando para longe então o tal sutiã-teocrático

Você segura em tuas mãos-notívagas estes peitos-místicos, dançando-os para mim

Você suavemente então acaricia-questiona teu corpo-empírico, retirando afinal essas vendas-tecidas-de-regras, revelando-me satoris e estalos de elevação de tesão-consciências entre tuas pernas-libertárias

E das cordas-icógnitas tu fazes arrastões-metáforas que esculpem essas pernas-utópicas que me cegam a ignorância

E desnudam-me a escuridão-iluminada

Você senta no meu colo beijando ideias na minha boca, sedenta, enquanto teu bumbum-sinestésico pressiona meu sexo-inspirado

Você me agarra o corpo e sem piedade-socrática faz com que eu te metafísica...

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