terça-feira, 28 de agosto de 2018
Lua Vermelha
Corpo Vermelho
Boca em chamas
Me chama
Exalando canções de teus poros
Bebo-te e penetro no sonho
Alcanço o mistério do fogo
Do gosto, os limites do corvo
nas fronteiras da vida e da morte
Me levas até a nascente da sorte
Jorras lava e me lava
Suadas nadando no rio
de correntezas selvagerias
Alegria, tu semeias a beleza
no mundo
De ser, estar e realizar
os gestos e afetos mais sinceros
Quero
teu transbordar na minha língua
Tua Lua cheia
Bruxuleia
Me queima
E cura.
Para esta Moça Bonita - Geraldo Azevedo e Alçeu Valença
Imagem - Mariana Caldas - Poeme-se
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
Leão Escorpião
Coração, há fogo em nossas veias
que ferve a água de nosso corpo
o Sol nos incandesce e arde
Brilha nos olhos e no riso a toa
Há cuidado nesse encontro
Atenção aos detalhes, estima
Em cada palavra, gesto e imagem
Em busca da maior oxitocina
Serotonina, sintonia
e alegria
Os astros guiam e inspiram
O universo favorece e ilumina
O vento no rosto nos aproxima
O suor do corpo nos excita
Calma, que não há pressa,
mesmo com tanto ânimo
e âmago e ardor
Cada passo é dado com amor
Na sincera busca do ser
e do estar bem consigo
e contigo e em conjunto
com tudo que nos cerca
com o cosmos
somos, afinal
muito mais
do que eu
e você
Dança comigo, Cariño - The Marías
quinta-feira, 23 de agosto de 2018
Arquipélago
O vulcão jamais adormecia. A cada dia, borbulhante, lançava braços de calor e criação por sobre as praias, criando novas colinas, litorais, margens escarpadas ou tênues baias. Aquela pequena ilha, aos poucos, muito lentamente, mas também com lapsos de explosões e grandes crescimentos, foi se expandindo, elevando-se montanha acima, debruçando-se para todo lado, tornando-se mais habitada, acolhendo seres vários, multiplicando climas, diversificando espaços, erodindo cavernas, transmutando rochas. E navegando. Singrando o oceano, conectando-se com as águas profundas, abissais e com as ilhas que ora se aproximavam, ora se distanciavam. Mas às vezes chegava-se mais do que se partia. E algumas ilhas foram de fato permanecendo. E um arquipélago foi surgindo. E bancos de areia, corais, quebra-mares, parrachos passaram a criar caminhos entre elas, permitindo à vegetação e aos demais seres percorrem-lhes todas, compartilhando sementes e histórias, abrindo caminhos e conexões, levando os limites de cada uma mais longe, tornando-as mais amplas e infinitas.
El Sagrado Feminino - mixtape #5
Imagem do Atol das Rocas/RN
quarta-feira, 22 de agosto de 2018
Dança comigo esta noite
terça-feira, 21 de agosto de 2018
Praia do Forte
"Cultive,
cuide, queira bem", disse a Serenidade Conselheira.
"Aceita, entrega,
confia e agradece”, replicou a Sabedoria Senciente
“Namora
comigo?”, cochichou no ouvido a Sensualidade Transbordante.
A trilha
serpenteante até o seu coração,
O
pôr-do-sol que amadrinhou nossos sorrisos,
A Mar
infinita que nos abençoou,
Sinais
propícios de tudo que já floresceu.
Porque a
Vida sincronizou nossos ponteiros,
a Lua
favoreceu nossos chamegos,
as Ondas
acariciam nossos desejos
e muitos
fogos brotam desses encontros.
Vem,
deixa ser, vamos alimentar essa fogueira
De
trocas, olhares, pernas e palavras
Rituais,
magias, sabores e aventuras
Seguir
os pássaros rumo ao nosso arquipélago
Levantar
as velas para iluminar nossos passos
Soltar as
asas para chegarmos bem perto
Sem
medo, sem pressa, sem receio,
Sinceramente
dedicar afetos
quinta-feira, 16 de agosto de 2018
O que quer que dê certo
segunda-feira, 13 de agosto de 2018
Da solitude que transborda amor
Nesse pequeno planeta que ora habito,
peregrinando pelos fluxos infinitos,
perdida e buscando, seguindo
caminhos traçados e cruzados,
encontrando gravidades
e me abandonando nas distâncias,
vou descobrindo, ao longo dos bilhões
de instantes-luz pelos quais
caminho, que o desenrolar
da Vida
é um milagre
Nesse pequeno planeta encaracolado
ser místico que ora habito
macro-micro-cosmo-de-mim
no qual desdobram-se as geografias
do afeto e do incerto
do complexo e do perplexo
busco as saídas e as entradas
que levam aonde quer que eu possa chegar
sejam alguns passos ou voos razantes
jornadas longas ou passeios de instantes
numa praia deserta ou cercada de amor
onde quer que seja, seja como for
Nesse pequeno planeta gigante
Que tanto cresce quanto mais encontre
meteoros, cometas, estrelas em choque
galáxias tempestades desertos de toque
e sistemas solares de vida e gestos
e biosferas repletas de amores e´insetos
Nesse pequeno planeta que se une a tudo
contigo e com todo o universo fecundo
Descubro que estar só é apenas um inverso
da mesma dimensão que é estar desperta
e que quanto maior for nossa sincera
contemplação e celebração de tudo que estamos
sendo querendo seguindo cantando
mais poderemos encontrar afeto
de nós, por nós, por quem estiver perto
e orgasticamente nos sentiremos plenas
Você não existe - Potyguara Bardo
Obra visual - Pablo Amaringo
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