quinta-feira, 16 de agosto de 2018

O que quer que dê certo


Gotas brotam dos olhos, como estalactites milenares que moldam esculturas na escuridão. Ecos incompreendidos reverberam pelos túneis desconhecidos. Seres estranhos ali habitam e não precisam ser incomodados. Às vezes é preciso preservar, deixar intocado, não mexer mais, esquecer, permitir que mineralize, que se decomponha uma vez mais, que se torne sal, que um dia alimentará novamente a vida. Depois de um longo período vagando por essa caverna, buscando onde eu perdera o meu amor, minha autoestima, minha vontade de viver, meus motivos parar sorrir, senti que o túnel começou a subir e certamente uma saída estava próxima. Algumas brisas acariciaram meu rosto. O ar parecia renovado, mais fresco, carregando um leve perfume de flores. Até surgir a luz do fim do túnel. E uma borboleta azul brilhante vir em minha direção, convidando-me para segui-la, aceitar o fim daquela escuridão, o fim daquela história, o fim de tudo que devia ficar ali, naquela caverna, para a qual não deveria voltar nem olhar para trás. Espero que você fique bem. E saia da caverna também.

Um comentário:

(Be)atriz disse...

Se conhecer, para ser