segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Da solitude que transborda amor


Nesse pequeno planeta que ora habito,
peregrinando pelos fluxos infinitos,
perdida e buscando, seguindo
caminhos traçados e cruzados,
encontrando gravidades
e me abandonando nas distâncias,
vou descobrindo, ao longo dos bilhões
de instantes-luz pelos quais
caminho, que o desenrolar
da Vida
é um milagre

Nesse pequeno planeta encaracolado
ser místico que ora habito
macro-micro-cosmo-de-mim
no qual desdobram-se as geografias
do afeto e do incerto
do complexo e do perplexo
busco as saídas e as entradas
que levam aonde quer que eu possa chegar
sejam alguns passos ou voos razantes
jornadas longas ou passeios de instantes
numa praia deserta ou cercada de amor
onde quer que seja, seja como for

Nesse pequeno planeta gigante
Que tanto cresce quanto mais encontre
meteoros, cometas, estrelas em choque
galáxias tempestades desertos de toque
e sistemas solares de vida e gestos
e biosferas repletas de amores e´insetos
Nesse pequeno planeta que se une a tudo
contigo e com todo o universo fecundo
Descubro que estar só é apenas um inverso
da mesma dimensão que é estar desperta
e que quanto maior for nossa sincera
contemplação e celebração de tudo que estamos
sendo querendo seguindo cantando
mais poderemos encontrar afeto
de nós, por nós, por quem estiver perto
e orgasticamente nos sentiremos plenas

Você não existe - Potyguara Bardo
Obra visual - Pablo Amaringo

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