segunda-feira, 14 de abril de 2014

"Hei de morrer de amar mais do que pude"...


As crises impulsionam, as contradições agitam, as angústias anunciam movimentos, porque não podemos suportá-las por muito tempo. O que queremos e o que querem para ou por nós, o que pensamos e o que pensaram sobre e para nós, os caminhos que traçamos e que traçaram... conflitos e alívios, apoios e prisões, aceitação e transgressão...

Me ama e talvez não possa me amar, pois o amor é muito e tanto não dá. Por que por amarmos mais, não podem nos amar? Por que o amor quer só para si? Por que não amar pelo amor que tem, pelo amor que é, entrega pura, partilha da abundância?

A tarde está morrendo e a lua já vai alta, envolta de grandes tão grandes nuvens laranja florescente... Não sei se amanhã poderei falar contigo ou demonstrar-lhe meu carinho... se irás querer este afeto, se preferirás esquecê-lo... Sigo sentindo atentamente as possibilidades, guiando-me no movimento que segue, indo para onde ele vai, evitando as pedras, nem sempre conseguindo, cheio de adrenalina, sempre sorrindo...

Cada instante é um ritual sagrado. Celebro a existência que está sendo comigo. Cuido com toda a magia que me é a linguagem - dos gestos, dos versos, da energia. Agora caminho pela rua, encontro conhecidos, me sou desconhecido. Agora sentado na mesa, escrevo o que me ocorreu no trajeto do ônibus e já não me lembro...

A tristeza sensualiza a alegria, dando-lhe toques provocantes e subescuros... Os olhos baixos do bem-querer preludiam olhos fechados do bem-sentir... A canção inventada nesse instante expressa: amo mais, assim afirmo minha vida...

Dance with me - Nouvelle Vague - uma música pequena estranha...

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