sexta-feira, 28 de agosto de 2015
Curi'amorosidade
Eu quero te deixar curiosa,
Atiçar tua imaginação
Eriçar teus pelos
Excitar teu coração
Endoidar teu sangue
Alucinar tua respiração
Aquecer teus sonhos
Fermentar o teu tesão
Eu quero te curiar inteira
teus cabelos cacheados,
teus pés bailarinos,
tuas mãos ofegantes,
teus seios mordidos,
Teu sexo delirante,
Teus desejos e sonhos escondidos...
Eu quero te deixar curiosa
Por mim, por nós, pelo mundo
Para que tu descubra o infinito
Que és, que somos, que tudo...
Honey or tar - Cocorosie - uma canção de querer
sábado, 15 de agosto de 2015
Leva lava...
A luz do fogo,
o brilho das nuvens cobertas de lua
a vida flutua
como numa ilha a vagar a esmo
mais despedidas
da maré que se vai
da espuma que fica
navio ao mar
bravio amar
que quebra nas pedras
dos arrecifes
do peito aberto
das veias sedentas
por emoções
alegres, doídas ou comestíveis
partir o pão
derreter na minha boca
o teu coração
cair na rua
encontrar impossíveis
de desilusão
abrir os dentes
agarrar a tua alma
que em mim destila
vagar no vento
que espalha desejo
pela pele nua...
Ao som de Koop Island Blues - Koop
terça-feira, 11 de agosto de 2015
Kama Leela
Elas eram um grupo de mulheres que há séculos
vagavam pelas montanhas, desertos, bosques e campos férteis do Médio e Extremo
Oriente, chegando aos limites da Turquia, às margens do Egito, e aos sagrados rios
da Índia. Observe que esse triângulo não é por acaso, mas confere um grande
poder a essa região e, consequentemente, elas não se sentiam muito tentadas a
sair dele, apesar de em ocasiões especiais peregrinarem para as distâncias da Sibéria,
Mongólia e Somália, lugares também especiais, de incomuns concentrações
energéticas e humanas.
Perseguidas, clandestinas na maioria das sociedades
de sua época, talvez por algumas razões dignas, outras nem tanto, elas eram
conhecidas como rebeladoras de escravas, agitadoras de forças desconhecidas,
indomadoras de selvagerias. Mas elas preferiam se identificar por Leelas, que
na língua antiga dos hindus expressa aquelas que brincam como deusas as
brincadeiras das deusas.
Não se reproduziam. Não. Em sua vida andarilha, suas práticas rituais, suas perspectivas existenciais não cabia a reprodução tradicional. Mas ainda assim havia crianças, adolescentes e jovens entre elas. Acontece que eventualmente acampadas próximas a um aglomerado de gentes em alguma terra perdida, elas convidavam, convocavam ou mesmo invocavam pessoas mais jovens, digamos, a se juntarem a elas. Algumas não entendiam bem o que estava acontecendo, mas outras pode-se até dizer que estavam sendo resgatadas por elas – libertadas e fugidas de seus mundos de impedimentos, morais religiosas, patriarcais e violências consequentes.
E assim as recém-chegadas eram iniciadas nos rituais das Leelas. Pode-se dizer que eram uma mistura de tantras, ciganidades, misticismos do deserto e de filosofias árabes muito antigas, inspirações chinesas e mitos da longínqua ilha da Tartaruga, que alguns acreditam existir para além dos mares da África, a oeste. Mas as más-línguas dizem apenas que as Leelas, ou Poeiras Malditas, como foram apelidadas em algumas terras na região do Afeganistão, praticavam cultos orgíacos, deploráveis manifestações de prazeres mundanos, de adoração às forças impetuosas e luxuriantes da natureza e das trevas. Elas produziam o que costumavam chamar de POEmas, em referência ao termo poeiras malditas, que no final das contas, elas gostaram e aceitaram como presente dos povos tementes.
Os POEmas eram feitiços cujos princípios mágicos eram justamente as poeiras do deserto, as tempestades de areia, esses insignificantes grãos de pedra que em quantidades inimagináveis podiam destruir e soterrar tudo que vissem pela frente. Elas usavam substâncias especiais para derreter e colorir a areia, tornando-a um material translúcido e rígido que elas chamaram de Verdro, pois se podia ver através deles. E do verdro produziam esculturas, joias, utensílios mágicos, como recipientes para poções e jarros de bebidas alucinógenas a base de certos tipos raros lagartos secos. Cada POEma trazia a fórmula para um tipo, cor e poder especial de verdro. A arte de produzi-los era muito valorizada entre elas. Eram textos mágicos muito belos, sensuais, intensos, e devastadores. Se mal produzido e conduzido, poderia arruinar todo um ritual e muito trabalho. Por isso as Leelas dedicavam-se com muito afinco a sua arte.
Em seus rituais, chamados kama leelas, que significa a busca pelo prazer divino, todas elas, nuas e ornamentadas por um líquido mágica negro e brilhante, que refletia estranhas cores diante da luz de um fogo poético e intenso de fogueira ritualística, dançavam em transe ao redor da chama, mortalmente próximas das fagulhas que podiam, a qualquer momento, incendiá-las, tão inflamáveis eram suas vestes líquidas. Mas habilidosas em seus movimentos, isso nunca aconteceu ou aconteceria, pois a arte de controlar o fogo, bebê-lo e fazê-lo voar em formas de pássaros também era um de seus feitios. E essas danças, a medida que circundavam o fogo, de certa forma sim, incendiavam, porque dos corpos saiam fagulhas, dos encontros e toques dos corpos chispavam-se os ares de ardores, de êxtases, de desejos liberados no ápice da plenitude.
É preciso dizer que o líquido que as ornava era
também uma bebida, degustada vastamente durante a cerimônia. Chamada de Amrita,
trata-se de um fluido sagrado produzido pela agitação do oceano por deusas ancestrais
a partir de certas ervas especiais. O oceano, na prática mortal, eram as
vaginas e sucos de algumas sacerdotisas escolhidas dentre as Leelas. E a
agitação nada mais era do que a masturbação utilizando-se essas ervas, que, ao
cerem maceradas, tornavam-se óleos essenciais introduzidos e estimuladas nos
oceanos por instrumentos mágicos, delicadamente entalhados em madeiras de
árvores perfumadas e raras existentes apenas em certas montanhas do Tibet e da
Índia. Havia um ritual próprio para produção do Amrita, durante as festividades
da lua violeta. Durante a kama leela a ingestão do Amrita pelas mulheres
intensificava os apetites e ânimos sexuais, fazendo de cada corpo um vulcão e o
encontro entre eles verdadeiros choques tectônicos. Elas tocavam-se,
agarravam-se, esfregavam-se, beijavam-se, mordiam-se e pressionavam-se na busca
sagrada pela morte ritual, a acumulação de orgasmos em cada uma e em todas,
produzindo uma imensa onda de prazer, luz e gozos.
Após as danças, destruídas pela entrega extrema de
seus corpos às brincadeiras, todas deitavam-se, umas por sobras as outras, ao
redor da fogueira, formando uma mandala humana. E um longo movimento lunar se passava enquanto
elas sentiam-se carinhosamente, acariciando-se, pés, tornozelos, panturrilhas,
coxas, virilhas, oceanos, barrigas, seios, braços, mãos, pescoços, orelhas,
bocas, línguas, narizes, sobrancelhas, cabelos... dedicavam-se a uma descoberta
minuciosa de todas as sensações que seus corpos poderiam sentir e provocar,
suavemente, languidamente, mas aos poucos reacendendo-as... Produziam um tênue
coral de sons, gemidos, cantos, ais. Na proximidade do nascer do sol, no ápice
da madrugada, elas aos poucos começavam a sentar-se, umas nos colos das outras,
e lambiam-se. Todo Amrita precisava ser bebido, devia unir-se às suas correntes
sanguíneas, urgia transmutar-se em suor, saliva e gozo. Bebiam, beijavam-se,
penetravam-se com seus dedos e línguas, bebendo oceanos de sucos vaginais e
bebida sagrada. E a mandala lentamente movia-se, umas serpenteando pelas
outras, roçando, apertando, sugando. Na primeira luz da aurora todas estavam
inteiramente encharcadas, o chão era uma poça de sofreguidão, seus corpos eram
incapazes de mover um músculo, todas, de olhos fechados, ouviam a tênue canção
do amanhecer, aquele som mítico que só os seres iluminados podiam ouvir. Seus
corpos, limpos-úmidos, brilhavam como cristais diante desses primeiros e puros
raios de luz. Alçado o sol um pequeno percurso, as meninas mais jovens dentre
elas, demasiada imaturas para participar da cerimônia e incubidas de garantir certas
tarefas no ritual, armavam uma tenda sobre as mulheres, protegendo-as do
poderoso sol que em breve arderia as areias do deserto. E lá elas permaneciam
por todo o dia, assimilando toda a experiência, a sabedoria e a transcendência
vivenciada na kama leela. Ao cair da noite e sob as primeiras luzes da lua,
elas ceavam uma refeição especial, capaz de retomar-lhes o fogo e o ânimo das
ações cotidianas.
Ao som de Absense to Excess - Opala
Arte adaptada de Kim Joon
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
Poder da Vontade
"Onde há uma vontade, há um caminho", declama o provérbio. A vontade é o poder da realização. Ela concretiza, ela cria, ela transforma. A magia é um transbordamento da vontade. Podemos atribuir poderes a qualquer coisa, basta concentrarmos nossa energia focada na intenção/significado que quisermos atribuir.
Quanto mais tempo e energia concentramos, mais poderosa será a magia. Por isso certos objetivos antigos tem tanto poder, pois passaram anos, séculos, acumulando poderes atribuídos por pessoas de poderosas vontades.
Os símbolos são uma poderosa linguagem, porque canalizam determinados significados e poder ao longo do tempo. Saber utilizar os símbolos existentes nos permite guiar e nos beneficiar esses poderes. Saber criar novos símbolos é uma arte a mais.
Empoderar tudo a nossa volta torna o universo mais intenso e místico. Cria uma poderosa conexão com diversas energias e vontades em suspensão e ebulição. Desfrutar dessas energias favoráveis é uma oportunidade de embelezar e enriquecer a vida, como também nos proteger das energias negativas, que nos enfraquecem...
Magia... Respire-a.
Espíritos da Floresta
Correndo na escuridão
entrecortada pela escassa luz lunar capaz de transpassar o cume das árvores, correndo
por entre os espíritos da natureza, lobos, corujas, besouros, macacos,
bichos-preguiça. Correndo por entre as folhas, as flores, os aromas verdes,
saltando troncos apodrecidos, pisando no chão de folhas secas, gravetos e vida
microscópica. Chega a beira de um rio, uma praia, um poço mais profundo, logo
ali pedras-corredeiras, turbilhando as águas jovens do curso d´água. A lua
minguante pouco ilumina, libertando a noite para as estrelas reinarem em suas
inúmeras constelações, vias de leite, florações cadentes. Percebe então que uma
garota está dentro da água, nua. Cabelos negros molhados ao longo do corpo,
pele molhada brilhando, seios enrijecidos pelo sereno da noite. Ficaram se
olhando por longo tempo, até que as pernas dele involuntariamente avançam para
dentro d´água, desvencilhando-me do pouco tecido que escondia seu corpo. Nus
frente a frente, deram-se as mãos, envolvendo-se, e conversaram com o sonido de
suas respirações, a dele agitada, a dela suave, a dele questionando-a, a dela
pedindo calma. Deixa-se acalmar no ombro dela, sentindo-lhe o cheiro do
pescoço, das orelhas. Ela corta o silêncio “você veio me ver... “Eu estou aqui,
pra você... “Juntos não sinto frio... “Juntos não sinto medo... E mergulharam
na água, levados pela correnteza e pelos espíritos... e aos poucos seus corpos
se transformaram, tomando a forma de seres mágicos, meio peixes, meio
fadas.
Ao som de Estou Triste - Caetano Veloso
Arte de Elicia Elidanto
Feitiço
Teu beijo mata absimo adentro
Do meu poço cardíaco
Soterra, inunda e esvoaça meus pelos,
meu pênis, meu pêndulo vital,
Seu beijo engloba teu corpo,
devorando-me em cada poro,
Dos pés às vértebras,
das unhas às entranhas
Teu beijo prepara poções espasmódicas,
latejantes e fumaçantes,
inebriando a vista, revirando sentidos,
aterrissando o céu e embarcando oceanos
nos teus lábios rituais
Teu beijo escurece o mundo,
embeleza o submundo,
Destrói cada segundo
E me deixa duro.
Teu beijo, afinal,
é um portal
para todo bem
e para todo mal,
o sublime do corpo
e o absurdo espiritual
O pecado divino
E o sagrado animal.
03/08/15
Aero de Campinas, voltando de Brasília-Goiás
domingo, 9 de agosto de 2015
Incendeia
Eu quero que você entenda,
de verdade,
que eu te desejo.
Não é desejo pouco,
Não é brincadeirinha,
Por mais que seja divertido
E seja bom de brincar.
Não é algo bobo ou inocente,
É indecente, sim, é obsceno,
Porque meu desejo quer ir além
das aparências
Ir além da decência, afinal,
Para desfazer todas as cobertas
E cortinas
Que por ventura existam entre eu e você
Entre você e você
Pra que eu e você
Sejamos um só desejo.
Entenda, ou ao menos saiba,
de verdade,
que por desejo eu digo mais
Desejo não é apenas uma fome
uma ânsia
ou um grito
Isso que eu chamo desejo
É um fenômeno
Como uma erupção emergindo
um arquipélago
Nascendo novos continentes
Novos mundos a serem povoados
Por tudo que a imaginação e a ousadia
E o desejo
Forem capazes de manifestar.
Ouça que não é coisa a toa,
Não é superstição.
É um mistério digno
De todo um ritual
Capaz de explicar
A origem do universo
Que surge a cada choque
De bocas e de sexos
Espero que esteja suficientemente escura
A sua compreensão
De que, sim, eu te desejo,
Feito uma floresta em combustão
Um desejo expandido, explodindo
E em fundição
De uma alegria borbulhante
Com um incontrolável tesão.
Música - Crimewave - Crystal Castles
sexta-feira, 7 de agosto de 2015
Vibra
A vida pulsa
Vibra, dança
Balança rebola
Pelos dedos das horas
Ela candeia, cambaleia
E se contorce, torce
pelo amor, mais cor
Ela é luz, seduz
Sensações despertam
alertam
Que não devemos esperar
o depois, afinal o já
está
roçando o nosso nariz
por um triz
tudo que é vai passar
e a gente nem se tocar
acorda, abre as portas, goza
agora
que a vida é fato
ato
e nós nesse espaço
podemos voar.
Rir´tuais
Ela veio voando - de forma mágica, rápida, esvoaçante. Chegou na torre dele. Também uma torre encantada, protegida pelos mais antigos suspiros e sopros misteriosos que envolviam aquele alto cume numa neblina bruxuleante. Mas ela sabia intuitivamente a chave do portal que dava entrada naquela caverna de pedra acima das nuvens. Ele lhe contara no ouvido do sonho o único jeito de entrar. E ela chegou enquanto ele dormia. Com seus pés descalços, seus tornozelos e pernas trançados de tecidos finos e negros, sua saia nada santa, seu rebolado místico, silenciosamente ela caminhou até o antro noturno do homem. Um salão penumbrado, pouco preenchido, apenas um baú sombrio num canto, tecidos élficos sobrepostos, imagens e palavras obscuras e inquietantes pintadas e espalhadas pelas paredes, um punhado de livros de obscenidades empilhados ao lado da cama baixa. Ela o olhou demoradamente, lançando-lhe versos silenciosos, mas poderosos. Então postou-se ao lado da cama, passou uma perna por sobre o homem em transe, ajoelhou-se sobre ele, sentando em seu colo, imobilizando-o. Sentiu sobre si uma energia latejante. Dançou seu quadril sobre o colo inquietado. Ainda de olhos fechados, o homem lentamente moveu as mãos e pousou-as nas coxas da intrusa, sentindo-as, apertando-as, quase machucando-as. Ela sentiu mais forte energia sobre si. As mãos fortes subiram para a cintura, uma delas alcançou as costas nuas e trouxe para junto dele, aproximando as bocas. Quando os rostos distanciavam-se apenas poucos centímetros, ele abriu os olhos e disse 'chegastes, maldita, e explodiu-lhe um beijo que roubou-lhe o ar, o fôlego, as forças, tremeu-lhe as pernas, ao mesmo tempo em que ele a penetrava magneticamente, causando-lhe um choque por toda a coluna, subindo pela nuca que ele acariciava com seus dedos delicados. O beijo e o mover dos quadris em encontro e danação permaneceu intenso durante um longo trajeto da lua cheia pelo céu estrelado. Então eles viraram-se, invertendo seus lugares, ele por sobre ela, as pernas dela erguidas, firmemente seguras pelas mãos insistentes e ardidas, enquanto ele arremetia-se sobre a vagina dela, arfante, trêmula, dolorida de prazer... Ela soltava curtos e repentinos gritos descontrolados tamanhas sensações invadiam-lhe o corpo, como que possuindo-a. Ela virou-se de costas, oferecendo-lhe por fim sua oferenda sagrada e novamente ele consagrou seu desejo em homenagem às deusas da luxúria e da devassidão. Quando toda magia esgotou-se de seus corpos, eles derramaram-se sobre a cama e, entrelaçados braços e pernas, perduraram olhando-se nos olhos, admirando-se, deslumbrando-se, encantando-se... Ao nascer do sol novo ritual os esperava...
Ao som de Exu Parade - Otto
terça-feira, 4 de agosto de 2015
Até as estrelas morrem...
Morte
O que é? Quem é?
Como lidamos com ela?
Qual sua estética?
É ela linda, feia, contemplativa ou repugnante?
Um fim? E o que vem depois do fim?
Toda mudança é o fim do que passou,
um novo que surge da morte,
a planta que brota da semente finda
o sol que mata a noite
e a cada morte, outra chance
outra vez...
A esperança não é a última que morre,
mas, ao contrário, nasce da morte,
sem morte, que poderia haver de novo?
A cada morte, nova esperança,
E nunca será a última a cada nova morte...
Então, por que temer a morte? Por que não celebrá-la?
Negra, gótica, arrastada, delineada, obscura
e brilhante...
Amo tudo e todas que morrem
Porque amo o que muda
Amo muito.
Ao som de Deixe-se Acreditar - Mombojó
O que é? Quem é?
Como lidamos com ela?
Qual sua estética?
É ela linda, feia, contemplativa ou repugnante?
Um fim? E o que vem depois do fim?
Toda mudança é o fim do que passou,
um novo que surge da morte,
a planta que brota da semente finda
o sol que mata a noite
e a cada morte, outra chance
outra vez...
A esperança não é a última que morre,
mas, ao contrário, nasce da morte,
sem morte, que poderia haver de novo?
A cada morte, nova esperança,
E nunca será a última a cada nova morte...
Então, por que temer a morte? Por que não celebrá-la?
Negra, gótica, arrastada, delineada, obscura
e brilhante...
Amo tudo e todas que morrem
Porque amo o que muda
Amo muito.
Ao som de Deixe-se Acreditar - Mombojó
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