domingo, 10 de julho de 2016

Sol´tá

Não me leve a sério
Mesmo que eu sempre fale seriamente 
[com aquele brilho nos olhos que pisca e sublima
e indica a piada que se esconde atrás da esquina]

Ignore o possível
Mesmo ouvindo atentamente
O roçar dos meus lábios no teu pescoço
E o rosnar dos meus dentes sobre a camada mais tênue
da tua pele
dos teus pelos
íntimos

Não acredite em nada
Exceto o inevitável
O que urge crer, criar, cravar as unhas 
na concretude emergencial do ser

Minto, em geral,
Fingindo que não explodo permanentemente 
Que não desejo tudo, universo
Que consigo conter-me, resumir-me a mim

O segredo é que eu Nada
Em Tudo nado
Em ti Mergulho
No Aqui respiro
E Agora vivo

Brinco, brincas
Comigo, consigo
Risos, brisas, brasas
Asas, fadas, chamas
Rebolas, decolas, danças
Margens, mares, mundos

Não leve a sério nada
Jogue, tudo é jogo
Presença, atenção, apostos
para ação na hora certa
no lugar certo
certeira
Vida

Tudo é e não é
Tudo pode ser e não ser
Depende de você
(Se) jogar...

Vivo na Maré - Dom La Nena - cirandando 

Nenhum comentário: