quinta-feira, 11 de março de 2010

Degrau


Seria uma característica sua ou todos intrinsecamente tinham o mesmo propósito? Seria natural que sim, seria até mesmo o ideal (e lá vem ele sendo mais uma vez ele mesmo)... E não interessa o fim, chegar lá... não há final, sempre há para onde ir... Com o esmero de um escultor, ele vasculhava suas imperfeições, erros, manchas, sombras, para corrigi-las em formas harmoniosas e coerentes com sua totalidade e inspiração. Pensava agir conforme seu mais apurado pensamento, exceto quando se via demasiado sufocado e faltava com os deveres do mundo de mãos amarradas. Odiava ser exigido do que sabia a impossibilidade da eficácia e muitas vezes se via impossibilitado de negar tais exigências. Era muitas vezes incapaz de não pôr-se a serviço, mesmo quando sabia que tal sujeição significaria uma ação um tanto imprecisa e aquém do esperado. Mas a cada dia aprendia que para pôr-se coerente era preciso reconhecer com vigor as limitações materiais e espirituais e dispor-se apenas ao possível... Deixe o impossível para situações mais urgentes... não o desgaste com o cotidiano. E assim pensava fazer seu caminho, tendo por única exigência a sua própria por uma construção reflexiva do Eu. Havia aprendido sabiamente a desfazer-se das próprias expectativas. Estava aprendendo agora a desfazer as expectativas alheias sobre si. Assim, sua coerência não seria abalada pelas amarras do dia a dia, pela falta de tempo e disposição, pela superocupação de seus esforços. Que ninguém ousasse pensar que ele estava livre para dedicar-se unicamente à causa deste ou daquele solicitante. Questiona se podem vir militar nas causas dele apenas para receber as negativas tranquilizadoras... Façamos cada um segundo suas motivações... ele busca motivar... e procura motivação nos demais... e encontrar e descobrir bons ou maus exemplos, melhores ou piores caminhos... Quer ter significado em sua existência, propósito e paixão. Apaixonadamente pôr-se em suas crenças e convicções, transpassando-as ferozmente com lentes sensíveis de autocrítica dialética... pesando os prós e os contras na incessante busca do equilíbro (ou da perfeição)...

2 comentários:

Samis disse...

sei lá, achei um tesxto meio triste;

mesmo sabendo que libertar-se das expectativas/ jugamentos alheios seja algo tão positivo e tão cheio de consciência...

Acho que pq ainda me amarro muito nos outros para algumas pequenas coisas, talvez...

Ralph Wüf disse...

Gosto bastante desse texto, um dos que mais gosto para ser sincero, ele tem algo de intrinseco...

take it if u want: kozure_wolf@hotmail.com (msn/e-mail)

i wanna talk with u.