quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ritmo

Passeando na rua, sobe no carrossel velho no meio da praça. Girando ao som da fúnebre música alegre, observa o mundo como a lua, pálida, distante e fria... Os cavalos trincados rangiam n´um coral de gemidos... as carruagens vazias corriam em círculos... As pessoas na rua não o viam naquele camarote escuro... seguiam suas conversas, suas alegrias, suas iras e estórias desconhecidas... Um momento para observar... para sair do plano para algo paralelo, algo atrás... da cortina do espetáculo... Ela dança... ela drama... ela tanto... ela nela... ela alcança... ela cansa... ela ânsia... ela espera... ela enérgica... ela festa!... ela ela... / E lá, tão longe, vê o sorriso dela... quando está só ela... antes do carrossel de fotografias tragicômicas... Ela sentiu algo que há muito não sentia... Ela feliz de formas antigas... Ela saudade dela?... No outono caem as folhas... as árvores secas recolhem suas forças... para o interior dos galhos e das entranhas... Despidas, finas, famintas, as árvores nem tão vivas, nem tão cinzas... amareladas no chão varrido pelo vento... cobrem as superfícies com camadas de pálpebras... olhos cerrados até a primavera... A onda vem e vai... a praia sobe e desce... afastam-se e unem-se como uma forma de soneto de pés valsantes...
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Um comentário:

Samis disse...

Ela saudade dela?...

e num repente nos reconhecemos e as formas tem outras texturas e brilhos
é como um momento de cupido, de flerte
e quis até se tocar



(verificação de palavras, godshe)