quinta-feira, 13 de junho de 2013

companhia...

Precisamos... ou preciso... de presença... cambaleio rua deserta afora sob chuva e guarda-chuva... minha pele estremece... só... Como um choque térmico entre o interior e o exterior, sinto dentro de mim um calor sincero de afetos e bem-querer, sentimento, energias afins, puras... e sinto fora o deserto, frio demais a noite, quente demais de dia... pois para além da pele só existe a própria pele, que não se basta... Ah, que impulso vital que rasga os sentidos... que natureza do corpo que subjuga o espírito... Que força que une os seres, que os magnetiza, que os aproxima... como dizer que não somos todos e cada um um só fluxo, se tão poderosamente nos atraímos... 

Mas não por todos... só alguns seres se atraem, enquanto outros se repelem... Mas assim também somos cada um, intimamente, no âmago do ser, partes de nós atraídas entre si e partes arranhando-se, estranhando-se, afastando-se... nossa decisão e fraqueza, nosso cuidado próprio e autodestruição, nossa alegria e tristeza... conflitos que a cada instante se travam... e transbordam... e a pele arde, e o peito afunda, e a vontade só quer se acarinhar... sentir-se companhia...

La valse des monstres - Yann Tiersen

2 comentários:

Samis disse...

sem solidão qual a matriz?
qual a verdade?
qual o mergulho?
a pele pede e pele é conforto
mas no frio sabemos do quente e sereno de ser

Unknown disse...

Saudade, tristeza e solidão são tbm um chamado de olhar pra dentro e perceber a potencia que existe em nós e que nos dá alegria para celebrar a vida e as presenças que já passaram por nós!!!