sexta-feira, 21 de junho de 2013
Manifesto do Egoísmo
Antes de tu, ninguém...
Porque sem tu, ninguém...
É por meio de ti, que tu és
Ninguém pode ser por você...
O que és? O que podes ser? O que estás sendo?...
Como uma corredeira, uma enxurrada, uma torrente, cresces, cresces a cada dia...
Ou te comprimes pelas margens demasiadas estreitas?
Inunde! Destrua, fertilize!
: o mistério é ser quem se está sendo num processo constantemente metamorfóseo em que não se sabe quem se é nunca porque já fomos e partimos e deixamos de ser e querer e aguentar o que quer que tenha sido antes agora queremos mais ainda e parte-se dentro como um equilibrista malabarista garçom de pizzas com mil pratos cambaleantes nas cinco mãos trêmulas da ressaca da noite mal dormida tendo que segurar a onda que quebra na nossa cabeça levando-nos ao chão areia sal olhos ardendo medo riso gosto de mar na boca seca que beija o céu de teus galhos castanhos de frutas doces como a magia do ser desapar-e-ser na cama que se levanta pra limpar a bagunça que deixamos tomar de conta de tudo que existe dentro fora lado cima baixo esquina canto beira quase nada sobra #porra aí você percebe que assim não dá que o balão precisa de direção nem que seja por brincadeira você quer saber pra onde o vento sopra você quer medir o algodão das nuvens mastigar o cosmos comprimir não não é isso /
Não. Veja só, só. Eis o dilema universal do existente. Existirmos por resistência ou por efervescência? Como se nossa pele do existir fosforescesse ao contato com o agora!
Se cada um pensasse inteiramente em si, profundamente, como quem limpa a própria casa, cada cômodo, cada pedacinho empoeirento cheio de aranhas de pernas finas, descobrindo as coisas perdidas em baixo da loucura, resolvendo os perrengues an/in-teriores para que assim possa ser mais leve e livre, como quem sabe que aquela casa vazia não serve pra nada, que o espaço existe para se preencher de vida, de verde, de versos, se pensasse derradeiramente em si, percebendo a si como esse infinito potencial que se realiza aqui e agora, não "só", mas com tudo, em tudo, junto com tudo, nunca >só<, inevitavelmente com o/a/s outro/a/s/, se assim fosse/for, de fato egoístas, portanto, realizadores de si mesmos, cada um n´um processo esplendidorosoisticamentefoda realizando-se a si em comunhão com tudo, se assim fosse/for, cada um e tudo que existe seria/m/são/estão sendo uma floresta exuberantemente tropical de mil espécies de invenções transformadoras criativas lindas gostosas de bem querer e cuidar e expressar arte em tudo que existe cada gesto assim na pele na pedra no minério que quisermos fazer... Assim, declaro manifestando em mim o que tenho e estou sendo e deixo ir e largo abrindo espaço para ser de novo mais um pouco muito, declaro que sejamos egoisticamente felizes - e felicidade só é felicidade se compartilhada - um processo abraçadamente coletivo, e em nossos egoísmos nos inundemos de tudo e todos crescendo como o ar quente que sobe e funde-se na atmosfera infinitaluz...
Uma música - Ratatat - Loud Pipes
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