segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Tocando
Meu lugar sagrado, meu estar sagrado, tudo que é sagrado... estabelece-se nas relações que tecemos com o estar no espaço, com o vivido ali, com quem vivemos ou o que sentimos conosco, com tudo, com o outro.
Não solta minha mão, amor, que posso me perder e como voltar, se você soltar?
Está escuro, tudo que se pode ver são as estrelas e subentender os caranguejos brancos passeando pela areia e desfazendo-se nas ondas, tudo que se pode ser é um ponto cujo brilho não atravessa os olhos, mas alcança o cume do universo numa linha ininterrupta e incomunicável ou trançada de luzes fractais...
Eu danço sem pernas, apenas ar e vento e turbilhão debaixo do ser... eu voo sem braços, pois vaporizo minha ânsia num estado aerodinâmico... eu chego no teu colo pois enterneço na tua presença fazendo-me necessário deste carinho que guardas contigo sagrado...
De onde eu vim já não me lembro. Como que se fosse preciso sair agora para outro caminho comestível... O outrora já não me cabe na barriga, escorreu entre minhas veias, filtrou-se em meus rins e transpirei...
Fica aquela sensação de 'quem é você' diante do espelhou ou dos teus olhos... uma sensação aberta de não sei como estamos aqui nem porque você é você... Mas a certeza de que quem é você é algo apartado de quem sou eu rompe com o ar entre nós...
"Você" transfigura-se, torna-se novamente alguém que pode estar... que vem e não solta minha mão quando está escuro...
Alguém que não sou eu, mas que quer estar nesse eu, assim como estou nela/nele...
Sound of Love - Husky Rascue - vibrando
Imagem: Egon Schiele
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário