terça-feira, 5 de abril de 2016

Chove afeto


Teus pés pisam o chão molhado. O guarda-chuva balança com nossos passos suaves e gentis sob um céu de veludo arroxeado, algodões de baunilha e vinho. Assovias pra mim canções pr´eu adivinhar. Todas canções que de alguma forma costuram nossa história. Cada uma delas trilha de um episódio. As noites deitados no teto, olhando o passar das nuvens e as estrelas saltitando entre elas, aquela dança sob a calçada de madeira diante da praia com a música que tocava ao longe, as caminhadas entre nossas casas, entre nossos planos, as festanças de tintas sujando o chão, as risadas de criança fáceis como flores do campo, as manhãs inteiras deitados, se olhando, braços dados. Tua pele, teu suor, teu lábio mordido, seu respirar ofegante de sentir prazer. E cada música adivinhada, passeada na lembrança e nos olhos, eu sussurrava no teu ouvido, mordiscando tua orelha. Minha menina, canta pra mim, te enlaçando num abraço dançado. E de olhos fechados, teus dedos nos meus cabelos, ouço essa canção improvisada "nisso eu acredito mais que tudo"... 

Faz - Phill Veras - chuviscando... 

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