Que beleza existe nos pés de uma mulher, nessa estrutura
delicada, terminada em cinco dedinhos ainda mais belos, de unhas negras, de
preferência, com a pele talvez riscada com uma tatuagem que realce suas linhas,
ou talvez/também adornado o suave tornozelo por uma correntinha prateada
enfeitada com pingentes delicados. Há ainda os maravilhosos anéis nos dedos dos
pés, ornamento mais afrodisíaco que nozes ou amêndoas, oferecendo ao
olhar e ao toque detalhes mínimos a essas obras de arte do corpo humano. Os
pés, que tocam nosso peito, sobem por nossos ombros, que se oferecem à nossa
boca no momento de êxtase, ou que simplesmente repousam marotamente sobre nossa
coxa para serem acariciados e excitados, estimulados em todas as suas
erotizações, ou ainda carinhosamente se enroscam nos nossos próprios pés, para
que eles, entre iguais, se entendam e se comuniquem na linguagem própria dos
pés. Pés, pequenos ou não, dedinhos juntinhos ou não, mais cumpridos ou curtos,
com suaves penugens ou lisinhos, às vezes tortinhos, como entalhados por
artista prodigiosa na mais pura matéria prima, a carne e a pele humanas,
infinitamente distintos entre si, em seus movimentos e danças, seus jeitos de
se esparramarem pelos caminhos, curvarem-se, elevarem-se em suas pontas,
esticarem-se, contraírem-se, absolutamente belos, os amos, os admiro, os
observo e contemplo, os quero cuidados, beijados e adorados.
SLZ, 1h47, 12/12/15, Aeroporto, esperando o amor chegar.
SLZ, 1h47, 12/12/15, Aeroporto, esperando o amor chegar.
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