segunda-feira, 11 de abril de 2016

Footiche


Que beleza existe nos pés de uma mulher, nessa estrutura delicada, terminada em cinco dedinhos ainda mais belos, de unhas negras, de preferência, com a pele talvez riscada com uma tatuagem que realce suas linhas, ou talvez/também adornado o suave tornozelo por uma correntinha prateada enfeitada com pingentes delicados. Há ainda os maravilhosos anéis nos dedos dos pés,  ornamento mais afrodisíaco que nozes ou amêndoas, oferecendo ao olhar e ao toque detalhes mínimos a essas obras de arte do corpo humano. Os pés, que tocam nosso peito, sobem por nossos ombros, que se oferecem à nossa boca no momento de êxtase, ou que simplesmente repousam marotamente sobre nossa coxa para serem acariciados e excitados, estimulados em todas as suas erotizações, ou ainda carinhosamente se enroscam nos nossos próprios pés, para que eles, entre iguais, se entendam e se comuniquem na linguagem própria dos pés. Pés, pequenos ou não, dedinhos juntinhos ou não, mais cumpridos ou curtos, com suaves penugens ou lisinhos, às vezes tortinhos, como entalhados por artista prodigiosa na mais pura matéria prima, a carne e a pele humanas, infinitamente distintos entre si, em seus movimentos e danças, seus jeitos de se esparramarem pelos caminhos, curvarem-se, elevarem-se em suas pontas, esticarem-se, contraírem-se, absolutamente belos, os amos, os admiro, os observo e contemplo, os quero cuidados, beijados e adorados.

SLZ, 1h47, 12/12/15, Aeroporto, esperando o amor chegar.

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