Se ela quer o pedestal,
O estreito e rarefeito cume do poder
Não é por mal...
ninguém há de negar.
Não é por má-in-tenção
Ela pode ser toda coração
O suposto amor inigualável
O suposto bem maior que todos...
Mas a grande questão
é a pequena-grande confusão
feita entre os fins e os meios
trocar destinos por anseios
Fazer da casa prisão
Fazer de si solidão
Fazer do outro compensação
Não funcionará, não...
Assim, a altura da ternura e da experiência
Torna-se em imposição da dependência
Identidade má-definida em terceiros
Pensa-se que é leite ao invés de seio
E exige do que bebe o controle da sede
Do que dorme, o controle da cama
Do que vive, o que ela quer ver
Não, infelizmente não...
Quer poder? Tenha-o só
O poder só tem um poder, isolar, dividir, quebrar... (violentar)
Infelizmente... é o que queres?... Terás...
Não vou impedir sua última vontade
E se algum dia você mudar
Jamais irei negar
O simples, puro, afeto do igual
Do semelhante, que está ao lado
E não a baixo...
Infelizmente, então
Sofro o exílio
Antecipado
Imprevisto
Forçado
Fruto da violência da relação
Do seu querido poder
E não vou mais voltar
Mas iremos nos encontrar
Se quiser estar ao lado...
Estarei logo ao lado...
Lado a lado...
Adeus, poder...
Ah, Deus Poder
Há de poder
se libertar...
e encontrar
a si... como igual.
Se...
sexta-feira, 2 de julho de 2010
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Um comentário:
Quase chorei. sério mesmo.
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