Se eu me encontrasse, aquele que fui antes de agora, pouco antes ou há muito tempo, o que faria? Diante daquele "eu" menos do que eu, aquele originário dos meus resultados, o princípio do além, o ignorante dos depois, o que faria?
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Gargalhadas... Gargalhar seria a única opção...
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Gargalhada imensa do que conhecia o que estava por vir, as provações e as ilusões, as venturas e ebridades, as luzes e as sombras a frente.
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Nada havia a dizer, sob o risco de matar-me. Matar-me, o eu fruto do que estava por vir. Nada havia a pensar, posto o saber ser desnecessário, substituido pela vivência que em mim já havia se depositado feito areias no litoral. Nada havia a pesar ou lamentar, antes gargalhar, por sentir em mim as alegrias vividas e os riscos assumidos sem medo, todas as emoções descobertas e horizontes expandidos, a vida exercida, as buscas e as perdas findadas no eu de agora.
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No entanto, saberia inteiramente que pouco ou nada tinha em comum com ele, além do caminho a ser trilhado. Ele não era eu, tantas mudanças ainda por vir, e que poderia sentir-me até pasmo diante dele. Nenhum laço entre o presente e o passado além da linha entre um meio e outro. Pois nem mesmo eu era um fim.
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E todo o redor dele também me seria estranho, este sentimento de estranheza diante do que não é mais seu, do que não mais lhe é acolhedor ou cativante. Sentiria a angústia que nele havia por perseguir o momento presente, tentar-se agarrar a ele enquanto este esvaia-se em suas mãos quão mais forte segurava. A busca pela intensidade, a sede de si, a sede pelo outro e por tudo. Enfim, perceberia-me despossuído de tudo, alheio aqueles sentimentos passados, perdidos, como a perda das folhas de outono, das escamas enrigecidas, da água da chuva desfalecendo a nuvem.
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Tantas transformações metabólicas-metamórficas... cíclicas, ondulatórias...
.Se eu me encontrasse, perceberia que não existe o passado, não existe eu atrás, aquele do antes é o não-eu e o agora é a única realidade. O aparente reflexo é janela. Há apenas o olhar para frente, pois olhar é ver. E quem não vê, confunde-se com o que foi, repete-se como falsificação de si e simula os erros n´um disco quebrado que gira em torno do passado que não passa...
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Gargalhadas... Gargalhar seria a única opção...
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Gargalhada imensa do que conhecia o que estava por vir, as provações e as ilusões, as venturas e ebridades, as luzes e as sombras a frente.
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Nada havia a dizer, sob o risco de matar-me. Matar-me, o eu fruto do que estava por vir. Nada havia a pensar, posto o saber ser desnecessário, substituido pela vivência que em mim já havia se depositado feito areias no litoral. Nada havia a pesar ou lamentar, antes gargalhar, por sentir em mim as alegrias vividas e os riscos assumidos sem medo, todas as emoções descobertas e horizontes expandidos, a vida exercida, as buscas e as perdas findadas no eu de agora.
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No entanto, saberia inteiramente que pouco ou nada tinha em comum com ele, além do caminho a ser trilhado. Ele não era eu, tantas mudanças ainda por vir, e que poderia sentir-me até pasmo diante dele. Nenhum laço entre o presente e o passado além da linha entre um meio e outro. Pois nem mesmo eu era um fim.
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E todo o redor dele também me seria estranho, este sentimento de estranheza diante do que não é mais seu, do que não mais lhe é acolhedor ou cativante. Sentiria a angústia que nele havia por perseguir o momento presente, tentar-se agarrar a ele enquanto este esvaia-se em suas mãos quão mais forte segurava. A busca pela intensidade, a sede de si, a sede pelo outro e por tudo. Enfim, perceberia-me despossuído de tudo, alheio aqueles sentimentos passados, perdidos, como a perda das folhas de outono, das escamas enrigecidas, da água da chuva desfalecendo a nuvem.
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Tantas transformações metabólicas-metamórficas... cíclicas, ondulatórias...
.Se eu me encontrasse, perceberia que não existe o passado, não existe eu atrás, aquele do antes é o não-eu e o agora é a única realidade. O aparente reflexo é janela. Há apenas o olhar para frente, pois olhar é ver. E quem não vê, confunde-se com o que foi, repete-se como falsificação de si e simula os erros n´um disco quebrado que gira em torno do passado que não passa...
Um comentário:
"E quem não vê, confunde-se com o que foi, repete-se como falsificação de si e simula os erros n´um disco quebrado que gira em torno do passado que não passa..."
meu passado também me causaextranhamento - não quanto á pessoas (elas parecem tão iguais). Eu que estou tão diferente que divido que era eu. Mas era. Ou não?
=*
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