quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A história de Bê e Jô

No princípio, era uma descoberta, uma sensação nova, uma fronteira inexplorada e emocionante... Foi ganhando formas as sensações e a alma mapeando as possibilidades conhecidas... Após, apresentou-se a dúvida, o ato incerto, seguido, tão rapidamente que o deixou incrédulo e um tanto indignado, de engano... resolveu não dar muito crédito. O momento seguinte foi conveniente para reestabelecer a confiança. Considerou um remédio apropriado, um aprendizado pouco mais concreto. Mas que logo perdeu a validade e tornou-se indigesto. Foi preciso abandonar. Enfim, deu-se a alegria de conhecer o entorpecente! Ah, sim, esse liberava o corpo das restrições, deixava-o suave, leve, instigado... Foi desfrutado por tempo considerável... levou a outros contentamentos interligados... E deixou uma marca de compromisso, quase uma cadeia destinada... Que foi preciso outro mais potente para desfazer e libertar. Livre de uma vontade de morrer típica do torpor prolongado, pôs-se primeiro na ânsia, no desejo... um desejo fatal... que captou todas as energias para si, multiplicou-as de modo sobrenatural, levou-as ao limite e ao êxtase... Para só então, presente da liberdade, derramar-se... tão rapidamente... rapida-mente... Que não durou nada... Mas ao mesmo tempo foi muito... mais do que poderia... E por sorte acabou, afinal, sabe-se lá. E as surpresas se acercaram dele e o presentearam com o delicado. O suave. O belo. Descobriu-se até que ele fizera gostar quem não gostava... E era maravilhoso... sim, sonhador... Mas não imutável. E sem perceber, foi-se transformando... E da emoção, revelou-se também a idéia... a troca de sensações comunicando o que se sentia no interior... Tornou-se, então, um laço, uma via, um canal para os sentimentos chegarem de maneira mais real... ou se equilibrarem... Um significado profundo... Uma história surpreendente de se perceber... com o coração...

2 comentários:

Lidiany Schuede disse...

Tão sensitivo. Gostoso sentir novamente o que você descreve, escreve; talvez sinta também. Que intrigantes são nossos sentimentos!

Samis disse...

agora, relido, acho q entendi direitinho

heheheh

acho q entendi tudo agora,
ou não

=*