sábado, 27 de abril de 2013

Combustão...


Uma relação fósfórica... que de tantos contatos concretos intensos imensos explodem faíscas, fogos, queima e deixa um rastro de cinzas... Do fogo faz-se lágrimas, íngrimes, limítrofes, cítricas, místicas... Da caverna moem-se paredes, garimpam-se dores, unhas, tripas, úlceras, sutras... 

Exaustor... exaustivo... exaurido... tanta emoção intravenal atmosférica - quimérica - pode matar-me de desabamento cardíaco. A dor pesou demais, amassou o sangue, despedaçou o ar, derreteu as horas, comprimiu a pele esturricada pela angústia... 

Sinto-me nocivo, ruído, corrosivo, destrutivo... como ao tocar, eu cortasse, ao sentir, eu rasgasse, ao querer, eu roesse... 

Meu instinto/impulso está foragido, deve sumir por uns tempos... Sou então um corpo sem cor... Cometeu o crime de não pensar, não ver, simplesmente avançar sem permissão... Prisão - covil - canil... Meus dentes´dedos amargam o sabor de conter... Vou por tudo que existe em mim n´um saco grosseiro e manchado e largar no rio... deixar boiar até a mata para soltar novamente entre as feras...

Volto ao estado bruto da pedra, da árvore, da seiva crua que engole pássaros... Uma floresta sombria... de musgo, olhos esquivos, ar parado, areia movediça... Poucas trilhas por onde entrar, (des)lugar fácil de se perder... Afundei uma clareira para fogueirear... lá se acampa de baixo de estrelas esquecidas... Bebo um gole da água minéria do riacho frio... a garganta seca não aguenta mais falar, não lhe passam mais palavras... a trilha fechou, os galhos e espinhos tomaram de conta... 

Sinto-me sem... Sento-me sem... Insustento-me sem... 

Parto para encerrar o estado de pendência...

Step out for a while - Patrick Watson - uma música...

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