quinta-feira, 4 de abril de 2013

Desconversa...


- Vontade de conversar com as paredes, que elas me fossem simpáticas, amigas, que me reconfortassem...
- Queria ouvir qualquer coisa que me acolhesse a alma... não sei, não é tão simples assim... não é "qualquer coisa", mas algo que não sei mas que só serve isso...
- E talvez o problema não seja nem o quê, mas quem... não me leve a mal, mas eu estava precisando...
- É, não dá... é maravilhoso estar... mas é tão bom estar de várias formas, diferentes... cada jeito cuida de uma parte de nós... Precisamos de vários sabores para animar a vontade de sentir... 
- Acontece que estou frágil, instável, sensível, não estou suportando nada... Quando me tornei tão quebradiço?... Se antes era demasiado razão, estaria eu hoje execessivamente emoção?
- Minha vontade de existir, de fazer, de seguir, está tão ao sabor dos ventos, do espírito, que mais parece uma vela rasgada ao vento... bailando sem controle, disforme, sem forças...
- Não sei o que preciso... flutuar ao sabor da maré, talvez... deixar-me abandonar pelos dias... 
- Não quero remediar-me... nem curar-me quero... não quero mais nada... não quero querer... Agora sinto que querer é apegar, é agarrar, e isso me dói... Isso dói... não querer, apenas deixar... largar... soltar... estar, sem mais...
- Vamos então simplesmente estar, sem esperar, sem esperança... assim podemos apenas viver... o que der pra viver...

Uma música - Real Love - Phillip Long (John Lennon)

Nenhum comentário: