Para´eu andar comigo, foi preciso morrer um pouco
Deixar pedaços, esquecer espaços, cortar laços
Para sentir-me eu, ir aonde ia
Foram-se partes chamuscadas,
Queimaduras gritadas
Lesões em caixa alta...
Morrendo, sobrando menos,
Fica na gente uma sensação amena
De unicamente apenas
E só...
Morrer em tudo, dentro, fora,
no centro, na borda
Esquecer de tudo... sobrar apenas eu
Para essa autonomia se concretizar
Fluída como o quebrar da onda negra
na noite de maré baixa...
Pra tudo, fazer, comer, andar,
Nadar, correr, respirar,
Sonhar, dormir, aquecer...
Quem não souber fazer
Consigo, vai ficar
Na beira do abismo
querendo pular...
Há tudo, tanto, somente quando
Não queremos, nem olhamos,
Apenas seguimos um canto
sussurado de brincadeira
Para ninguém ouvir...
Com a ponta dos dedos vibrar
As teias tecidas entre todos os cantos
Concentrar-se no som que faz
O viver sem esperar ninguém...
Uma música - Jaz - Simona Talma
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