terça-feira, 19 de novembro de 2013

corpo


O ofício poético do corpo é provocar textos na pele intraduzíveis em palavras, transcender o espírito para desvendar a derradeira carne de sentidos incontáveis, para além do tato, do paladar, da intuição... A poética do corpo alcança níveis e profundezas escondidas pela moral e pelo racional e que, libertas, nos queimam até dizer mais! Ai! Ah Deus... 

04/10/11

Ontem tu me escreveu, mas o tempo era curto e tive medo de que te irritasses, ficasses bravas comigo por perdas que o corpo provocaria no horário, na história, no próximo episódio... Mas, enquanto tu me escrevias com seu corpo em meu corpo, enquanto isso, fez-se um lapso de universo que parecia meu... que parecia em mim, eu... parecias comigo, estavas ali... e inicialmente eu não sabia até onde podia ir, o que podia te escrever, sempre temeroso de que fizesse o que "obviamente" não deveria fazer... E desfazer tuas palavras em mim como um mar em fúria quebrando a areia... ousei apenas seguir teus caminhos e entregar-me em ti, pois entrego-me sempre, sem pensar nem medir consequências (mas cauteloso desta vez), me perdendo sempre nos teus seios como infinitos campos floridos que me banham de perfume e paz eufórica... Não dava tempo, eu sei... por mim, demoraria-me até o bater da porta, até o correr de muitas horas, porque tuas palavras me bastavam para toda poesia do mundo... mas eu sabia que o contrário não era assim, me vesti e fomos embora...

Chegar em mim - Céu - aquela música

Nenhum comentário: