Um cemitério inteiro...
sou
cheios de peles velhas trocadas
cheio de ossos velhos roídos
de cacos de vidro pulverizados
de fragmentos de certezas e de mim
Um cemitério inteiro de eus
que fui
que sou
que seria
já mortos
por mudanças repentinas
imprevistas
reviravoltas
coincidentes
A todo instante
e agora mesmo
morro
caindo
catarata
num leito indigente
um cemitério indígena
de povos no sangue tatuado
um cemitério cigano
dançando entre os mortos alegre melodia
de surrupiadas sortes de meus dias
um cemitério de flores do campo
que nascem de tudo que se foi
e nascem sempre mais, ainda que as matem
e matam - sementes sempre restarão...
Sambinha Bom - Mallu Magalhães - música desconexa (?)
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