A menina queria mais do que existia. - Tudo não é o bastante, quero o que não existe, algo tão novo que não foi criado (ou copiado)! - Menos, ela não aceitava; para os seus padrões, era o mínimo. Profundamente insatisfeita com a mesmice do mundo (que com os séculos parece nada ter realmente aprendido), fez-se necessário ir além do muro das lamentações televisivas. Quebrou as vitrines manchadas em sua mente, pois para ela era apenas uma montanha de incoerentes inconsequentes poluentes! Tratou de desligar a programação shoppingizada que lhe parecia uma corrente, desacorrentou-se e aos que estavam ao seu redor com uma força criadora chamada amor. Desmentiu todos os anúncios, sabia-lhes mentirosos! Xingou de 'mãe dos tolos' a Propaganda e sentiu-se ofendida com a Publicidade. - Eu sei mais do que vocês, não tentem me dizer o que fazer! - Se irritava e rasgava o panfleto da loja. Assim, tão farta desse mundo imundo, cheio de bobagens falsificadas e compradas, decidiu fazer para si o próprio mundo dos próprios brinquedos (gotas de alegria), idéias (tudo que existiria) e segredos (o mistério da beleza da vida). Queria para si um verdadeiro lar, grande, região, continente, planeta, não essa papelada burocrática nacionalista e conformista... Seria a inventora de seu lar, a mãe de si mesma, a sua própria direção e por isso, decidiu chamar-se Lara. E assim, com o barro mágico (ou massinha de modelar) com o qual Deus criou tudo, começou ela também a recriar o mundo, do fundo até o alto do céu, pondo nesta massa muitas sementes de maturidade, conhecimento próprio e fraternidade... deu uma forma livre e singular para cada ser e assim se sentiu verdadeiramente ela, parte do mundo de seu coração.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
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