quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

equil´ébrio


Reflexivo...

O desejo de unicidade turva a clareza de nossa visão/percepção de que somos tanto um reflexo, um produto, uma construção de outros além de nós mesmos... isso porque nos fazemos a partir de referenciais... O que resultaria de um ser criado no Nada? Nem substrato, combustível, matéria-prima, húmus social, não surgiria nada, permanecendo o potencial de humanidade preso na semente do ser, sem expandir-se.

O ponto onde os seres divergem é que alguns simplesmente vão passando de reflexos para reflexos, a medida que se deparam com novos referenciais, adequam-se, adaptam-se, e vão seguindo as marés, indo e vindo para onde se levarem, enquanto outros passam a fazer resistências e seleções quanto os novos reflexos e referenciais que tomarão... com um maior controle sobre seus caminhos... (a partir de um certo ponto de autoconsciência adquirida, certamente)...

Estamos cercados de referenciais...
Por todos os lados...
Muitos são meras variações de um referencial maior e hegemônico... outros divergem levemente e outros mais drásticamente... Mas como discernir? Principalmente quando se está na fase da vida de frágeis conceitos, de inocência perante a realidade, de abertura fácil para ao que se está exposto, a infância. As crianças por todos os lados se vêem rodeadas de referenciais fabricados e muitíssimo bem preparados para seduzi-las... ou seja... são massa de modelar tão maleável... pobres crianças, fadadas ao transvio, a menos que acasos, astros ou destinos as coloquem em caminhos que as ponha no controle...

Quais os referenciais que nos seduzem? O que queremos ser? Por que queremos ser o quê e qualquer coisa? O que te seduz? É preciso entender o que realmente se quer fazer de si... (e aqui)

Há algum propósito? Precisa ter propósito? Objetivos? Ou o fim em si mesmo basta? Queimar-se ou consumir-se? Deixar-se ou encontrar-se? Igualmente válidos?

Encontro meus referenciais...

mas eu
sou do contra.

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