terça-feira, 30 de agosto de 2016

Libriana



Vou te dizer
Sou libriana
O que implica que gosto
De lugares agradáveis, luzes amenas,
Cheiros bons, companhia sincera
Decoração em bom tom
Sons bonitos, peles macias
Carinhos suaves e maresia
Loucurinhas recíprocas
Tesões sem medida
Boca mordida
E ronronar...


Por isso acho
Que o melhor lugar pra transar
É meu quarto, templo do prazer
Luz vermelha ou altar de velas
Incenso sensível ou óleos essenciais
Na superfície do corpo e no interior
Transbordamentos de gozo e de amor
Ainda que só naquele dia
Ou não...

 

Pode ser também o seu quarto
Seu caos de lençóis
Suas artes nas paredes,
Suas lembranças a sós
Sua cama suada, seu livro de cabeceira
Brincadeiras bamboleantes,
Comidas gostosas que gostas de fazer
Seus especiais modos de ser

 

Pode ser até no banheiro
Encharcando sua pele
Bebendo teu pescoço
Cheirando teu perfume
De pêssegos e avelãs
Ensaboando teus seios
Ossinhos aparentes e desejos
E produzindo espuma
Ao acariciar
Seu sexo doce
E te penetrar

 

Na grama? Na praia? Em casas alheias?
Não é o ideal, mas pode ser o jeito
No desespero noturno dos nossos anseios
Em segredo, discretamente, contendo gritos,
Sem deixar vestígios ou chamar atenção
Correndo riscos desnecessários e vãos
Prefiro lugares que deem mais liberdade
De andarmos nus pela casa e dançar
Roçando nossas peles e mamilos
Nossos tesões e ritmos
Nos demorar

 

Pra mim
Sexo é algo bonito
Uma especial linguagem do coração
Do corpo, da sensação
Das gravidades e sinceridades
Dos quereres e atrações
Uma possibilidade de encontro
Do que nos é sagrado
Uma chance de presentear
A pessoa querida com um orgasmo
A forma mais bela de estar e dialogar
A presença mais intensa que podemos
encontrar


Em algum lugar entre Juazeiro do Norte e Natal, 21h24, sábado, 27 de agosto...

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