Só quero o que preciso...
Entender o que sentimos... por que nos sentimos assim? Por que essa angústia ou ânsia ou desejo que foje ao agrado? Essa vontade maior que a possibilidade, que de tanta chega a escapar? Por momentos o desconhecido de nós mesmos obscurece os sentidos e os pensamentos... Sentia-me apertado por mim mesmo, como se o tempo insuficiente faltasse o ar... Como se algo me faltasse, como se eu não bastasse... Um furor erosivo, como o vai e vem das ondas ante as rochas...
Agora a tempestade passa... Ficam os ventos fortes, que enchem os tecidos e levam adiante... O caminho permanece firme rumo aos braços do desconhecido e adorado... Entendo-me cada vez mais. Percebo-me. Olho para mim e observo... E ao mesmo tempo vivo... tento não evitar nada, sentir tudo, ver o que acontece... chegar a um ponto de beleza e êxtase... Sinto falta da explosão... quero uma explosão... de tudo que tenho em mim, tudo que quero, tudo que anseio... quero deitar-me exausto novamente... Sinto falta dessa exaustão, do ar quente e gostoso após o fogo, aquela neblina que sobe dos corpos comburidos... Tenho medo... um medo que delicia... o não-saber, o estar nas mãos do agora, que pode me deixar cair a qualquer momento... a possibilidade da dor causa um certo prazer... ou melhor, torna mais sôfrego o prazer alcançado... A presença torna-se não obrigatória... ter a opção e ao mesmo tempo não ter a opção é às vezes azedo, algo que arrepia o pensamento, que deixa-me em dúvida sobre o sentir... entrego-me ou contenho-me? Deixo-me ou levo-me? O desapego me intriga. Não sei o que pensar... sinto que meu pretenso ideal ainda é para mim uma icógnita... não compreendo... finjo, tento, mas sou o primeiro a trair-me nesse ideal... O que sentem aqueles olhos grandes e fugidios? O que sente aquele corpo? Aquela pele? Aquele sangue?... É claro que é impossível saber, mas essa incerteza me causa certa estranheza... como um cego andando a esmo... cujas mãos buscam aquelas de seu sonho e podem simplesmente não encontrar. E quando encontra, logo se vão, não duram, tão rápidas... passa tão rápido nosso tempo... queria-o tão mais demorado... queria sem ter que pensar no fim, na hora de deixar, de ir, de separar... E a cada instante aprendo algo em algum canto escondido de mim/de ti... Alguma ruela cuja lâmpada ainda está por se iluminar...
Aventura. Ah, ventura... venha e me seja...
Uma música - Aire - Mochachito Bombo Infierno
Agora a tempestade passa... Ficam os ventos fortes, que enchem os tecidos e levam adiante... O caminho permanece firme rumo aos braços do desconhecido e adorado... Entendo-me cada vez mais. Percebo-me. Olho para mim e observo... E ao mesmo tempo vivo... tento não evitar nada, sentir tudo, ver o que acontece... chegar a um ponto de beleza e êxtase... Sinto falta da explosão... quero uma explosão... de tudo que tenho em mim, tudo que quero, tudo que anseio... quero deitar-me exausto novamente... Sinto falta dessa exaustão, do ar quente e gostoso após o fogo, aquela neblina que sobe dos corpos comburidos... Tenho medo... um medo que delicia... o não-saber, o estar nas mãos do agora, que pode me deixar cair a qualquer momento... a possibilidade da dor causa um certo prazer... ou melhor, torna mais sôfrego o prazer alcançado... A presença torna-se não obrigatória... ter a opção e ao mesmo tempo não ter a opção é às vezes azedo, algo que arrepia o pensamento, que deixa-me em dúvida sobre o sentir... entrego-me ou contenho-me? Deixo-me ou levo-me? O desapego me intriga. Não sei o que pensar... sinto que meu pretenso ideal ainda é para mim uma icógnita... não compreendo... finjo, tento, mas sou o primeiro a trair-me nesse ideal... O que sentem aqueles olhos grandes e fugidios? O que sente aquele corpo? Aquela pele? Aquele sangue?... É claro que é impossível saber, mas essa incerteza me causa certa estranheza... como um cego andando a esmo... cujas mãos buscam aquelas de seu sonho e podem simplesmente não encontrar. E quando encontra, logo se vão, não duram, tão rápidas... passa tão rápido nosso tempo... queria-o tão mais demorado... queria sem ter que pensar no fim, na hora de deixar, de ir, de separar... E a cada instante aprendo algo em algum canto escondido de mim/de ti... Alguma ruela cuja lâmpada ainda está por se iluminar...
Aventura. Ah, ventura... venha e me seja...
Uma música - Aire - Mochachito Bombo Infierno
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