Tentando me acostumar... À ideia de não me apegar... À ideia de simplesmente estar... Eu a compreendo, acredito nela completamente, mas vivê-la requer uma segunda compreensão, dos batimentos cardíacos acelerados, do sabor na boca, das mãos arfantes, dos olhos cerrados, do espírito... porque fica aquela vontade, aquele hábito, aquele impulso de querer agarrar, de querer saber, saber minha, dela, minha...
Dá aquela ânsia, aquele desejo, aquela falta... O que significa a saudade e a lembrança quando não nos amarramos...? O que significa o pensamento quando somos asas e ventos? O que significam os sentidos quando somos mar?...
Aquela dúvida. Ter controle de si, não ir, saber estar, saber ser... apenas ser... apenas ser... Jamais esperar, brincar, divertir, sorrir, abraçar... Soltar. Soltar. Apertar. Soltar. Apertar. Soltar. Apertar. Soltar...
E o que é o amor?! Como fica o amor?! Há amor?! Ainda existe amor?! Ou o amor também se libertou?! Não mais algo individual, mas difuso em tudo, em todos os olhares, todas as folhas, todas as ondas, nos pés, nas mãos, na grama, no céu e no sol? Como é fazer parte de tudo!? Como é deixar-se levar pela correnteza?! Como é abandonar-se nos braços da vida?! Como é abandonar-se?!?! Como é?! Como é?!
Como é não ter medo?! Como é fechar os olhos, não saber, mas não temer?... Não saber, mas não temer? Sem certezas, sem garantias, sem amanhãs... só agoras, aquis, hojes, esse exato momento! Não sei se vai voltar amanhã, se irá me olhar, me beijar, se será ou não será... Não sei se vou querer, se irei chegar, não sei se ainda vai gostar, não sei se terá mudado de ideia, não sei se nada ou se tudo... Sem controle... Nunca temos controle... Como é viver isso verdadeiramente?! Sem a ilusão do controle, da certeza, do amanhã?! Sem ilusões?! Desiludido?! Como é viver?! Viver plenamente?! Viver o agora! Estar aqui, ser aqui! Não deixar para depois, não pensar no depois, não saber do depois...
Imagino. A vejo, a quero. Te quiero...
Uma música - Açúcar ou adoçante - Cícero
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