segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ganache


Um encontro de rios e mar...
Uma semente flutuando no oceano...
De infinitos lados, afetos sem fim...
O soltar, soltar, soltar...
Nas mãos dadas, doidas, sin dudas...
Ah, menos palavras, mais caramelos
O belo e o sublime daquele russo demorado
Indescritivelmente longos raios de luz
Refletidos no fundo dos olhos de lua negra cheia
Tudo que é, foi, será... o espaço-tempo desmanchado
Em ganache de micro-súplicas
Ânsias, unhas, prazeres desmedidos
O devagarinho conhecer do ínfimo
Linhas, tons de azul, matizes sutis
dando voltas e mais voltas no meu nariz
...
Saio do chão, não há chão...
É mais do que a gravidade pode suportar
A explicação embaralhou-se por entre as palavras
A mente eclipsou, deslumbrou o mundo
E o melhor, é que não assisto
Insisto, misto, mergulho
mergulho tão fundo no teu segundo
no teu centímetro, no teu mundo
como morrer, 
"morrer é como mergulhar n'um lago profundo n'um dia quente... Há o choque da mudança brusca e fria, a dor, por um segundo; e depois a aceitação é o nadar na realidade"... 

Pergunta-me se morreria... Respondo que não há mais diferença
Não posso morrer, nem que quisesse, pois a vida fundiu-se
em tudo que há... vivo e morto são palavras vazias... As palavras morreram,
Só restou o (a)mar...

Nenhum comentário: