terça-feira, 20 de outubro de 2009

Cais

Estava na praia. Gostava muito de praia, sim? Outro dia se perguntava onde se refugiaria quando estivesse longe dela. Mas há muito tempo não recorria ao bálsamo marinho para aliviar seus pesos. Ultimamente foi a letra e não a onda que escorreu as dores ou inquietações. Mas ainda assim era apaixonado pela imensidão. Que outro lugar teria poder semelhante à canção do mar, à massagem da areia, à carícia do vento, à ternura da onda? Que floresta, ruela, praça, café, varanda ou terraço pode se igualar? Sentirá muita falta. Mas terá sua própria morada, tão sua que estará seguro e a ilusão da segurança será reconfortante. Não segurança, mas provavelmente afastamento, pertencimento, a sensação de ser parte do próprio mundo criado e decorado por ele mesmo. Longe de tudo, perto de ti. Estarás com ele? E os ideais hão de se reconstruir na possibilidade da empreitada, na ansiedade da transformação. E o que faríamos se fóssemos ilimitados, você e eu? Talvez seja apenas uma questão de escolha. Vamos para qualquer lugar...

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