Acho que todo escritor/a que se preze sabe disso. Expressão é fruto da ânsia, insatisfação, desejo impossível, tristeza, falta, angústia, ira, melancolia, conflito. Ao menos, a deleitosa expressão, aquela que nos faz sentir o prazer artístico, sentimento de profundidade, precisa dessas emoções causticantes para se manifestar. Dê felicidade ao coração e estará tudo arruinado.
Como então, buscar ao mesmo tempo, e teimosamente, a felicidade e o prazer da expressão? Afinal, por mais que os/as artistas gostem e queiram, autodestrutivamente, vivenciar com intensidade suas próprias misérias, exaltando silenciosamente a solidão soberana ou a depressão sombria, todos possuem o germe da felicidade, de tê-la como último fim. E, apesar de conseguirem rejeitá-la e sabotá-la repetidamente, tudo para manterem seus estados criativos, acabam cedendo, fragilmente, a um amor ou outro sentimento que os tornam plenos e os roubam de todas os combustíveis exasperados da inspiração.
Como então, buscar ao mesmo tempo, e teimosamente, a felicidade e o prazer da expressão? Afinal, por mais que os/as artistas gostem e queiram, autodestrutivamente, vivenciar com intensidade suas próprias misérias, exaltando silenciosamente a solidão soberana ou a depressão sombria, todos possuem o germe da felicidade, de tê-la como último fim. E, apesar de conseguirem rejeitá-la e sabotá-la repetidamente, tudo para manterem seus estados criativos, acabam cedendo, fragilmente, a um amor ou outro sentimento que os tornam plenos e os roubam de todas os combustíveis exasperados da inspiração.
Sabem muito bem a outra angústia que os/as tomam! O vazio poético! A sensação de que não há nada para escrever, nada para dizer, pintar, compor, uma satisfação odiosa que grunhe nas entranhas como uma asia interminável. Silêncio do espírito, insuportável! E então, conscientemente ou inconscientemente, começam a quebrar os tijolinhos da alegria para que dos pedaços vermelhos se possa cantar algo.
Eu tantas vezes já sofri desse mau, atravessando algumas vezes o deserto da mente que não sente desejo de pensar, do peito que está farto de sentir e pulsa tão lentamente que asfixia o sangue. Às vezes queria forçar-me a escrever e o resultado era tão artificial que enojava. É uma tristeza que, por ser igualmente artifical, não inspira.
Estaremos então condenados? A arte será assim possessiva e autoritária para exigir de seus filhos ou admiradores e executores que abdiquem da plenitude, vivam na incompreensão e necessidade apenas para a ela render frutos? Bem, não importa, é preciso resistir a isso. Se a arte for autêntica, que nenhuma corrente faça parte dela. E assim, que sejamos livres para sofrer e sermos felizes simultaneamente, servindo a ambos os propósitos.
E para tal objetivo, faz-nos imperativo que, sim, desistamos de uma coisa, ignorar. Esse mal que não percebemos obriga-nos a deixar mazelas e ruínas em nós que em nada se transformam. Esmiuçar o cascalho nos fará apreciar a praia com sensibilidade maior e sentir a emoção do mar quebrando-se. Existirá limites para a emoção? A fonte do espírito é limitada? A resposta é óbvia e não irei responder, mas infelizmente as (de)ilusões fazem a descrença e a desesperança e acabamos aceitando o contrário...
Serei sincero, não escrevo essas palavras por mim. Sinto-me n´um momento de experimentar, como disse, ao mesmo tempo a felicidade e a inspiração, conflitos e desejos e emoções e êxtases. Escrever tem sido um ato impossível de represar e o peso das palavras tem caído das nuvens e dos dedos em temporais de agosto. Contudo, quase que a mesma sensação que em mim tem o efeito positivo, parece estar sendo nublado em termos expressivos para outrem, aquela nuvem que acinzenta mas não chove. (OU não.)
Quero soprar no seu pescoço uma ventania que faça chover (arrepio), um aroma que agite as folhas e as flores e os reflexos do chão, um fio quente que envolva seu corpo, estralando seus ossos para tirar deles o sabor do prazer. Quero... inspirar-te, meu amor, para ler-te e provar-te.
- Enfim, que a vida seja uma grande dose de adrenalina, endorfina e poesia...
Estaremos então condenados? A arte será assim possessiva e autoritária para exigir de seus filhos ou admiradores e executores que abdiquem da plenitude, vivam na incompreensão e necessidade apenas para a ela render frutos? Bem, não importa, é preciso resistir a isso. Se a arte for autêntica, que nenhuma corrente faça parte dela. E assim, que sejamos livres para sofrer e sermos felizes simultaneamente, servindo a ambos os propósitos.
E para tal objetivo, faz-nos imperativo que, sim, desistamos de uma coisa, ignorar. Esse mal que não percebemos obriga-nos a deixar mazelas e ruínas em nós que em nada se transformam. Esmiuçar o cascalho nos fará apreciar a praia com sensibilidade maior e sentir a emoção do mar quebrando-se. Existirá limites para a emoção? A fonte do espírito é limitada? A resposta é óbvia e não irei responder, mas infelizmente as (de)ilusões fazem a descrença e a desesperança e acabamos aceitando o contrário...
Serei sincero, não escrevo essas palavras por mim. Sinto-me n´um momento de experimentar, como disse, ao mesmo tempo a felicidade e a inspiração, conflitos e desejos e emoções e êxtases. Escrever tem sido um ato impossível de represar e o peso das palavras tem caído das nuvens e dos dedos em temporais de agosto. Contudo, quase que a mesma sensação que em mim tem o efeito positivo, parece estar sendo nublado em termos expressivos para outrem, aquela nuvem que acinzenta mas não chove. (OU não.)
Quero soprar no seu pescoço uma ventania que faça chover (arrepio), um aroma que agite as folhas e as flores e os reflexos do chão, um fio quente que envolva seu corpo, estralando seus ossos para tirar deles o sabor do prazer. Quero... inspirar-te, meu amor, para ler-te e provar-te.
- Enfim, que a vida seja uma grande dose de adrenalina, endorfina e poesia...
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