domingo, 9 de agosto de 2009

"Onde neste mundo?"


Não consigo dormir...
16 e 11 da tarde de um domingo
chuvoso, chuva fina e neblina
as nossas músicas tocando
_ Para acalmar? Para sentir?
Os pensamentos vagueiam
As praias lacrimejam
Duas noites inteiras
Madrugando, a sós,
com os outros,
e uma sensação
cheia e vazia agora.
Não sei o que preciso.

Objetos seus comigo,
Lenço de mãos dadas,
pegada de lobo arredondada,
saudade no estranho mundo
sob uma luz de sombra embaçada
Suas lembranças no meu sorriso
Minha imaginação despedaçada
Trechos de cartas não escritas
Cinzas, laranja, mar e beijo
Um amor nesta bolha impossível
Que cresce, balão a estourar
Está vivo, está vivo...
Amar

Acostumei-me
A transcrever pensamentos
Seja no papel, seja no ar
Um caderninho invisível, fotografar
...
No início, algo, tristeza...
Nem perto de mim, ao meu lado
- fumaça - evitar?
Lembrei então - não-importar
Também já não podia sentir
Já havia perdido os sentidos da razão
Agora também os do coração?
Não, não os perdi... eles apenas se desligam
quando é o caso...
Segurei, apertei aqueles dedos, suor, suave
Não poderia te deixar, de estar
E me senti - verdadeiramente - amado
pois tu não saiste do meu lado

O que importa aquele traço branco, aquela brasa
O que importa corroer nossas vidas
E os sentidos, a consciência alegrecida
Em líquidos de gelo cítrico... que importa?
Meus sentidos também desvaneceram
Nos apocalipses de meu espírito
ridículo...

Estamos juntos, juntos
(só isso importa, só)
Que as diferenças gritantes
Se enrosquem nos arames traumatizados
Nas canções dos que não tem sono
Que subam pela ladeira do desejo
E se encontrem no fim do corredor
Sobre o cobertor, na escada, no telhado
Comprimidos contra paredes
Respirando ofegantes, apaixonados

Meu amor,
A água do mar estava fria?
Minha onda de inesperados
Minha explosão de assustados
Meu amor, meu espasmo
Minha doçura, meu descansaço
Meu infarto, que dorme no meu ombro
Escombro...
(digo algo - eu te amo)

Na cama o sol nasceu
Acordados, você e eu
Quando cheguei neste outro lugar
Desmaiei, desmaiei
Não sei o que neste tempo aconteceu
Se estás bem, se dançou, viveu
Ouvi tua voz agora...
O desconhecido foi embora
Eu sei que te amo, sei disso
Sei até nos instantes imprecisos
E só me resta escrever
E dançar e correr

Veja, eu brinquei do que não sei brincar
Um balão amarrado ao chão
Gostei daquela música inventada
De uma nota só, um acorde grave
E cantar no paraíso o que está na boca
Agarrado ao encharcado de tua roupa
É, intensidade enternecida...

De amor e de sombra.........(onde teu rosto é mais belo)
Ao deus dará...............(carinho e emoção, sol amarelo)
Só estar.............................(amando, tanto, espanto)
Nós.
.....................(que eu amo, sem medo, sem dano)




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(tocando Where in this world - The Notwist)